Medida polêmica do governo Lula pode prejudicar o Nubank

O Nubank está de olho nas medidas econômicas que o governo federal planeja tomar. Isso porque a instituição pode ser uma das mais prejudicadas caso o Congresso aprove um teto para o juros do rotativo do cartão de crédito.

O rotativo do cartão é uma operação de crédito em que as operadoras do cartão repassam para as próximas faturas o valor que o cliente não pagou em troca de juros. Entretanto, essa é a operação com a maior taxa de juros do mercado. 

De acordo com um levantamento do Banco Central, na média, ela é de mais de 400% ao ano. No caso do Nubank, as tarifas são de 326,39%, o que soma 12,85% ao mês. 

CEO do Nubank diz que teto do rotativo para prejudicar o sistema financeiro

Durante entrevista ao Valor Econômico, o CEO do Nubank, David Vélez, falou sobre a intenção do governo de diminuir a taxa de juros do rotativo. De acordo com ele, essa seria uma decisão bem intencionada, mas que causaria um choque no sistema financeiro nacional. 

Para ele, se isso acontecer, milhares de brasileiros vão perder os seus cartões de crédito, já que não será rentável para as operadoras os manterem ativos. Vélez lembra que 40% do consumo das famílias brasileiras acontece através do cartão de crédito. 

Entretanto, não é atoa que o CEO do Nubank toma essa posição. Especialistas de mercado dizem que a fintech brasileira será uma das mais prejudicadas pelo teto do rotativo. 

Fintech pode perder 17% da receita

O Santander fez um relatório a respeito do Nubank. Conforme as informações do documento, se o governo estabelecer um teto de 8% ao mês para o rotativo, a fintech perderia cerca de 17% da sua receita. O motivo é a quantidade de pessoas que usam o cartão de crédito roxo. 

A situação preocupa a direção da empresa, já que a possível limitação do teto aparece no relatório que a fintech entregou à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. Onde afirma que isso pode modificar as operações da empresa. 

Imagem: rafapress/shutterstock.com