Medo da demissão diminui entre brasileiros; aponta pesquisa da CNI

Uma pesquisa recente realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou uma tendência otimista no Brasil quanto ao medo da demissão. De acordo com o estudo, 52% dos brasileiros atualmente têm pouca ou nenhuma preocupação em perder seus empregos, indicando um decréscimo significativo em relação aos anos anteriores.

Um estudo conduzido com 2.012 brasileiros em fevereiro revelou que 44% da população tinha grande medo de perder o emprego, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%. Em contraste, durante a pandemia em maio de 2020, essa preocupação atingiu 48% dos brasileiros, enquanto nos anos anteriores (2018 e 2021) permaneceu estável em 44%.

Tal mudança de cenário sugere um avanço significativo em direção à estabilidade econômica e à confiança no mercado de trabalho.

Por que o medo da demissão está diminuindo?

Segundo Mário Sérgio Telles, superintendente de Economia da CNI, a mudança na percepção da população brasileira está intimamente relacionada a um mercado de trabalho mais aquecido. “Na virada de 2023 para 2024, observamos que o desemprego manteve-se estável, enquanto o número de ocupações teve um aumento.

Especificamente na indústria, houve um crescimento da massa salarial, refletindo até nos custos industriais, que observaram um aumento de 13% no último semestre”, esclarece Telles. A pesquisa também destaca uma correlação interessante entre a idade dos entrevistados e o medo de desemprego. Enquanto apenas 20% dos jovens entre 16 e 24 anos estão livres do medo do desemprego, essa porcentagem cresce com a idade, alcançando 54% entre os que têm 60 anos ou mais.

Ademais, a situação financeira e o nível de escolaridade dos entrevistados mostram-se fatores influentes: 45% dos que ganham mais de cinco salários mínimos não possuem medo de ficar sem trabalho, contrastando com os 27% dos que ganham até um salário mínimo.

Impacto regional no medo

A análise regional do medo da demissão trouxe resultados variados. O Sudeste apresentou-se como a região mais otimista, onde 37% dos entrevistados afirmaram não ter nenhum medo de perder o emprego. Por outro lado, as regiões Norte e Centro-Oeste mostraram-se as mais preocupadas, com apenas 22% dos respondentes indicando ausência de medo em relação ao desemprego.

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Essa diversidade regional reflete as diferentes realidades econômicas e oportunidades de emprego distribuídas pelo país. Esses dados, ao serem divulgados pela CNI, oferecem uma perspectiva renovada e otimista sobre o estado atual e futuro do mercado de trabalho no Brasil, sinalizando um período de recuperação e estabilidade econômica após anos desafiadores marcados pela pandemia e incertezas globais.