Mercado de capitais diminui 15% em 2023; saiba mais
Análise da redução de 15% no mercado de capitais em 2023. Leia mais, descubra as causas e antecipe-se às tendências.
A queda de quase 15% na captação de recursos pelo mercado de capitais brasileiro marcou o balanço financeiro de 2023, com um total de R$ 463,7 bilhões arrecadados, versus os R$ 544,8 bilhões do ano anterior.
Os dados, apresentados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), revelam que a renda fixa foi o principal meio de captação. Respondendo por 84,9% do total, com um volume de R$ 394 bilhões.
Em segundo lugar entre as formas de captação, aparecem os investimentos híbridos, com um montante de R$ 38,7 bilhões. Por fim, em último, está a renda variável, com R$ 31 bilhões. Também merecem destaque as debêntures, responsáveis por R$ 236,3 bilhões do capital obtido em renda fixa, apesar da situação adversa das empresas Americanas e Light.
Aumento nas negociações no mercado de capitais
O cenário melhorou com o crescimento de 102,17% nas emissões de debêntures no segundo semestre. Tal aumento foi atribuído à melhora do cenário econômico, com a inflação mais controlada e projeções de crescimento mais animadoras. Esses fatores permitiram maior espaço para recuperação, avalia Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima.
Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) se destacaram em 2023. Enquanto os CRIs movimentaram R$ 47,8 bilhões, os CRAs foram os únicos produtos de renda fixa a apresentar alta nas captações, com um aumento de 2,10% e volume total de R$ 43,1 bilhões.
Expectativas positivas para a renda variável
O presidente Guilherme Maranhão afirma que a entidade antevê a retomada das ofertas primárias em 2024, impulsionada pela redução dos custos para as empresas e pelo crescente apetite de risco dos investidores brasileiros. Segundo o executivo, esses fatores apresentam perspectivas promissoras para contribuir significativamente para um ano mais robusto na renda variável.
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Maranhão destaca a expectativa de um ambiente mais favorável, marcado pelo menor custo para as empresas, incentivando o retorno das ofertas primárias. Ele enfatiza ainda que o crescente apetite de risco entre os investidores brasileiros será um elemento adicional. Impulsionando o cenário positivo previsto pela Anbima para 2024 na renda variável.
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