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Mudança no FGTS pode fazer 13 milhões de famílias perderem acesso à casa própria

Uma das possibilidades de uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é quando o titular da conta financia um imóvel. No entanto, uma mudança na Taxa Referencial (TR) do FGTS pode prejudicar 13 milhões de ciclos familiares. 

Essa alta quantidade de cidadãos afetados seriam, portanto, aqueles que sonham em adquirir uma casa própria por meio do financiamento do FGTS. No entanto, em alguns sentidos, a medida pode beneficiar certos trabalhadores, pois a mudança na TR será uma correção monetária. 

Isso porque, ao longo dos anos, a TR não acompanhou a inflação. Desse modo, o saldo passou a não ser rentável para os brasileiros. No entanto, com essa mudança, as famílias com renda per capita de até 4 salários mínimos, ou seja, pessoas de baixa renda, perderão o acesso ao financiamento com o FGTS. 

Classes baixas serão afetadas pela mudança na TR do FGTS

Considerando o valor do salário mínimo, que em breve entrará em vigência, essas famílias com renda de até R$ 5.280 serão as mais prejudicadas. Afinal, é através do financiamento do FGTS que esse grupo de cidadãos consegue financiar um imóvel. 

No entanto, com a correção monetária, automaticamente o FGTS passa a ser rentável. Como consequência, os juros imobiliários serão elevados. Atualmente, a parcela do financiamento consome até 25% da renda familiar.

Com a atualização da TR, essa porcentagem será de 31%. Sendo assim, de acordo com os dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), 13 milhões de famílias não vão conseguir o financiamento imobiliário. 

Para fins comparativos, o presidente da ABRAINC, Luiz Antônio França, explica que hoje uma família com renda de R$ 1.900 consegue um financiamento de até R$ 180 mil. 

Se o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela mudança, a renda que uma família vai precisar para um financiamento do mesmo valor terá de ser 123% maior, isto é, R$ 2.400.

Como está o julgamento da TR do FGTS?

Atualmente a TR aumenta 3% a cada ano. O julgamento do STF, que já têm dois votos a favor da mudança, vai decidir se a TR será elevada para 6% ao ano. O julgamento em questão foi iniciado no dia 20 de abril. 

Amanhã (27), o STF volta a julgar a alteração da TR do FGTS. Até o momento, os ministros que já votaram a favor da correção monetária no saldo foram Luís Roberto Barroso e André Mendonça.

Imagem: Pattysan / shutterstock – Edição: Seu Crédito Digital