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Nova regra do governo Lula vai acabar com geladeiras abaixo de R$ 5 mil? Entenda a polêmica

A implementação de novas regras para fabricação de geladeiras tem causado grandes debates entre empresas e o Governo.

O cenário brasileiro para fabricantes de geladeiras e congeladores está prestes a mudar. Afinal, uma resolução do Ministério de Minas e Energia (MME) impondo novas regras de eficiência energética para esses produtos fabricados e vendidos no Brasil tem gerado controvérsias.

A Eletros, associação que representa a indústria de eletrodomésticos, criticou o rigor das novas regras e a alegada brevidade do prazo de implementação. A entidade teme que, com a medida, a principal oferta no mercado brasileiro seja de geladeiras de alto padrão, cujo preço chega a um valor de R$ 5.280 a R$ 7.920.

Impactos das novas regras de eficiência energética das geladeiras

A Eletros manifesta uma inquietação compreensível. Suas estimativas apontam que as novas exigências de eficiência poderão resultar na eliminação de cerca de 83% dos modelos de geladeiras atualmente vendidas no Brasil. 

Imagem de pessoa abrindo a porta de uma geladeira
Imagem: Zephyr_p / Shutterstock.com

A entidade defende que o maior prejudicado será o consumidor de baixa renda. Assim, consequentemente, isso pode afetar negativamente a indústria e os empregos gerados pelo setor. Desinvestimentos e perdas de centenas de postos de trabalho podem acontecer nos próximos meses.

Jorge Nascimento, presidente-executivo da Eletros, em entrevista ao GLOBO, comenta: “não é que não tenhamos o produto, mas boa parte da população adquire produtos de entrada, de R$ 1 mil a R$ 1,2 mil”. Ele sinaliza para um possível “aumento abrupto nos preços dos refrigeradores, especialmente os considerados de entrada, adquiridos principalmente pela população de renda mais baixa”.

A resposta do MME e a futura implementação das regras

Contrapondo as declarações da entidade representativa dos fabricantes de eletrodomésticos, o MME defende que o novo Programa de Metas para Refrigeradores e Congeladores, tem como objetivo principal a economia de eletricidade

Na perspectiva do Ministério, as novas regras para geladeiras podem resultar em uma economia de energia elétrica de 11,2 Terawatthora (TWh) até 2030. Isso equivale a aproximadamente os consumos residenciais anuais de toda a região Norte do Brasil (11,5 TWh em 2022) ou do estado de Minas Gerais (13,1 TWh em 2022).

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A resolução também salienta a contribuição para a diminuição do aquecimento global. Cerca de 5,7 milhões de toneladas de gás carbônico deixariam de ser emitidas até 2030 com a implementação das novas regras.

O futuro dos refrigeradores no Brasil

Por fim, a Rede Kigali, aliança formada por ONGs, defende as novas regras. A entidade alega que os refrigeradores vendidos atualmente no Brasil estão abaixo dos padrões de outros países. A crítica em relação aos valores das geladeiras é uma pauta de destaque no setor, especialmente com as novas regras de eficiência energética.

Imagem: Pixel-Shot / Shutterstock.com