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Pedidos de recuperação judicial apresenta maior alta em 8 anos

Aumento de 73,4% nos pedidos de recuperação judicial no 1º trimestre de 2024, com destaque para os setores de agropecuária e comércio

O cenário econômico brasileiro vem se mostrando desafiador para diversas empresas, o que se reflete no aumento expressivo dos pedidos de recuperação judicial. No primeiro trimestre de 2024, o número de solicitações desse tipo apresentou um crescimento de 73,4% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Serasa Experian. 

Assim, esse índice representa o maior aumento para o período desde 2016, evidenciando a gravidade da situação e a necessidade de medidas para auxiliar na retomada da saúde financeira das empresas. Veja mais detalhes sobre a situação!

Pedidos de recuperação judicial

Somente em março, o aumento foi de 94,7% em relação ao ano precedente e de 8,3% em comparação a fevereiro do corrente ano. Nos últimos 12 meses, o incremento no número de pedidos de recuperação judicial atingiu 73,3%, marcando o décimo quinto mês consecutivo de crescimento. Os dados foram antecipados pela Serasa Experian à IstoÉ Dinheiro.

De acordo com Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, enquanto a inadimplência empresarial não iniciar uma trajetória de queda, os números de recuperação judicial continuarão em alta. 

Max Mustrangi, sócio fundador da Excellance, afirmou à IstoÉ Dinheiro que tanto fatores externos quanto internos contribuem para o cenário desafiador. Dentre eles, destaca-se a persistente inflação nos Estados Unidos e preocupações com as contas públicas brasileiras, que têm impactado diretamente nas taxas de juros e na cotação do dólar.

Imagem de um martelo de juiz com diversos livros ao lado, na parte superior está escrito "Recuperação judicial"
Imagem: Zolnierek / Shutterstock.com – Edição: Seu Crédito Digital

Setores mais impactados

Assim, a crise parece não poupar segmentos específicos, mas agropecuária e comércio são os que mais têm sofrido, registrando aumentos de 200% e 220% nos pedidos de recuperação judicial, respectivamente, só em março de 2024. 

Mustrangi salienta as adversidades enfrentadas pelo agronegócio, como alterações climáticas, queda nos preços dos grãos e o aumento no custo dos fertilizantes. Além disso, menciona que a expectativa é que o número de pedidos de recuperação judicial nesse setor continue crescendo ao longo dos próximos meses. 

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Ademais, para o comércio, o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, enfatiza a dependência desse setor em relação a juros, crédito e renda, tornando-o extremamente vulnerável diante de uma Selic (taxa básica de juros) ainda em patamares elevados.

Imagem: Zolnierek / Shutterstock.com – Edição: Seu Crédito Digital