Pente-fino do Auxílio Brasil: ‘sem-vergonhas’ serão removidos do Bolsa Família, diz economista de Lula
Campello diz que a intenção do governo Lula é tirar as pessoas que não deveriam receber o Auxílio Brasil da folha de pagamentos do programa
Uma das integrantes da equipe de transição do governo do presidente eleito Lula (PT), Tereza Campello, afirmou que “sem-vergonhas” terão os pagamentos do Auxílio Brasil interrompidos durante o próximo mandato, ao se referir às pessoas que não têm direito ao auxílio e recebem mesmo assim.
Segundo Campello, ações com fins eleitorais teriam adicionado esses cidadãos na folha de pagamentos do programa social.
Pente-fino do Auxílio Brasil
O aumento vertiginoso no número de beneficiários às vésperas das eleições está em investigação. Além disso, o Ministério da Cidadania já anunciou a averiguação cadastral das famílias unipessoais, aquelas compostas por apenas uma pessoa, visto que as inscrições desse tipo aumentaram de forma expressiva ao longo deste ano.
Se comprovado alguma irregularidade, o benefício será cancelado. Campello disse que, com esse movimento, grandes filas serão geradas, com gente pobre, com direito ao auxílio, mas com gente “sem vergonha” e que a intenção será justamente eliminar esse público que não tem direito ao benefício.
De acordo com a economista, se houver provas de fraudes, o próximo governo irá atrás desse dinheiro.
Campello ainda chamou atenção para o atual desenho do Auxílio Brasil que induziu determinadas famílias a inscreverem mais de uma pessoa da mesma casa para que ambas recebam os depósitos. Vale lembrar que apenas um dos integrantes deve receber o auxílio do governo, como era no Bolsa Família.
Vale destacar que Tereza Campello foi ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome durante o governo de Dilma Rousseff (PT).
Mudanças no Auxílio
O programa social passará por mudanças a partir do governo Lula. A começar pelo próprio nome, o Auxílio Brasil voltará a ser conhecido como Bolsa Família.
Além disso, novas regras de elegibilidade devem ser implementadas, como a carteira de vacinação infantil regular, a frequência escolar satisfatória e o acompanhamento médico por parte das gestantes.
Nesse sentido, as famílias, para impedir o cancelamento do benefício, terão que cumprir as novas normas do programa social.
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