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Pesquisa aponta que 8 a cada 10 famílias estão endividadas

Entenda o porquê das famílias estarem endividadas e saiba quais são as propostas dos candidatos à presidência para solucionar a questão.

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O endividamento das famílias brasileiras tornou-se uma epidemia financeira. Hoje, a cada 100 famílias no país, 79 estão endividadas, de acordo com o levantamento mensal realizado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). 

Vale destacar que a maioria dessas dívidas não está relacionada aos bancos, e, sim, a serviços em geral, como contas de luz, telefone e de internet, carnês de loja e prestações de carro e casa. Com tantas dívidas, o Brasil tem alcançado níveis recordes de inadimplência, tendo em vista que diversas famílias não conseguem pagar suas contas em dia. 

Renegociação de dívidas

Primeiramente, cabe mencionar que o Estadão buscou as equipes de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para saber mais detalhes a respeito das medidas que cada um pretende adotar caso vença o segundo turno. 

Assim, o plano apresentado por Bolsonaro não faz menção direta ao tema. Assim, entende-se, a partir de afirmações já feitas, que o foco é incentivar a geração de empregos. Essa ação visa reaquecer a economia e, assim, ampliar o poder de compra. Porém, não há nenhuma proposta clara que envolva diretamente a renegociação de dívidas atuais.

Já na campanha de Lula, a intenção é criar um programa de renegociação das dívidas de famílias e de pequenas e médias empresas. O programa contará com o apoio de bancos públicos e parceria com bancos privados, com o objetivo de oferecer condições de renegociação com os devedores. 

Sendo assim o principal projeto dessas ações foi batizado de “Desenrola”, que foca nas dívidas não atreladas a bancos, mas a serviços em geral. 

Contas em atraso 

Atualmente, o Brasil tem mais de 67 milhões de pessoas inadimplentes, de acordo com dados divulgados pelo Serasa em agosto. Assim, o valor dessas dívidas passa de R$ 289 bilhões, dos quais 28% estão relacionados a pendências com bancos e cartões de crédito. Desse modo, grande parte (72%) está relacionada a contas de serviços em geral, isto é, luz, telefone e carnês de loja. 

O economista Guilherme Mello, coordenador do Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas da Fundação Perseu Abramo, que atua na elaboração de proposta na  campanha de Lula, afirma que o programa “Desenrola” foca na quitação de dívidas em geral. 

Assim, a proposta prevê, em uma primeira etapa, ações para famílias que ganham até três salários mínimos, atualmente R$ 3.636, mas depois ampliar o acesso para famílias com rendas mais elevadas. 

Já o plano de Bolsonaro não menciona o endividamento familiar nas páginas do documento entregue pela campanha do candidato ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Imagem: chayanuphol/shutterstock.com