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Planos de saúde terão reajuste de 18,3%

Esse mês, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deverá estabelecer o reajuste dos planos de saúde individuais e o aumento começará a ser aplicado pelas operadoras de saúde em maio. 

Além do consumidor ter que arcar com o aumento recente dos medicamentos que tiveram uma alta de até 10,89%, agora terão que arcar com o reajuste dos planos de saúde que está previsto um aumento de até 18,3%.

Especialistas e analistas do setor projetam que o reajuste de 2022 fique entre 15% e 18,2%, índice que supera o recorde de 2016, quando houve um reajuste de 13,57%. Em 2021, os planos de saúde tiveram um desconto de 8,2%, em decorrência da redução da procura por serviços médicos em 2020.

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Projeções de reajuste

O relatório do banco BTG Pactual projeta que a alta nos preços dos planos de saúde ficará em 15%, a menor projeção de aumento até agora.

O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), que para a projeção leva em conta a variação dos custos médico-hospitalares realizada pelo IESS (VCMH) para um total de 704,9 mil beneficiários de planos de saúde individuais, prevê uma uma alta de 18,2% para o período de 12 meses, que foi considerado até junho de 2021.

Já a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) prevê um reajuste de 16,3%.

“O setor registra um aumento de custos no período. Observamos um novo padrão de utilização dos serviços após a pandemia. As altas nos preços dos medicamentos, em 2 anos, somam quase 24%, o que é significativo para as operadoras”, destaca o  superintendente executivo da Abramge, Marcos Novais ao portal IG.

Novais também explica que os custos de material descartável e equipamentos importados também têm grande influência para os serviços dos planos de saúde.

Motivos do aumento

De acordo com estudo realizado pelo IESS, até fevereiro de 2021, a Variação de Custo Médico Hospitalar (VCMH) estava negativa em 1,7%, “refletindo a opção dos beneficiários em adiarem procedimentos e consultas devido a pandemia”. 

E observa que, no segundo trimestre de 2021, a despesa per capita para Outros Serviços Ambulatoriais (OSA) teve um aumento de 23,3%; Exames 20,8%; Internação 20,0%. Segundo o relatório, para esses itens, “o custo aumentou durante todo o período desde o início da pandemia”.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) esclareceu que vários fatores contribuem para o reajuste dos planos de saúde, são eles:

  • Aumento do preço de medicamentos e insumos médicos;
  • Crescimento da utilização de recursos dos planos e incorporação de novas coberturas obrigatórias aos planos de saúde, como medicamentos e procedimentos;
  • Alta da inflação;
  • Alta da sinistralidade;
  • Forte retomada dos procedimentos eletivos;
  • Impactos de tratamentos da Covid longa, que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), acomete entre 10% e 20% das pessoas que contraíram a doença, portanto, no Brasil isso significa 6 milhões de pessoas.

ANS analisa dados

Ana Carolina Navarrete, coordenadora do programa de Saúde do Idec, afirmou ao portal IG, que as projeções feitas até agora não condizem com os dados de sinistralidade, que é a utilização dos planos de saúde pelos usuários, mensurada pela própria ANS.

A ANS divulgou um estudo em junho de 2021, onde mostra que a sinistralidade do primeiro trimestre do ano ficou abaixo do observado no mesmo período em 2019, entre 75% e 77%. E também, por mais que esse índice tenha tido um aumento no segundo trimestre de 2021, alcançando 82%, ainda sim, o patamar foi similar ao período pré-pandemia, onde também chegou a 82%.

“Os percentuais projetados não fazem sentido, não condizem com a realidade e contradizem as informações divulgadas pela própria ANS. A variação de despesas médicas aumentou, mas não atingiu patamares anteriores à pandemia. O reajuste deste ano não pode servir para recuperar a redução que houve no ano passado. É preciso analisar o comportamento dos custos e fazer a projeção”, pontua Ana Carolina Navarrete, coordenadora do programa de Saúde do Idec.

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Imagem: Ratanapon Srisuneton / Shutterstock.com