Poder de compra do brasileiro cai pela metade em 10 anos

A perda de poder de compra é uma percepção comum entre muitos brasileiros: a sensação de que o seu dinheiro já não rende tanto quanto antes, de que é necessário desembolsar quantias superiores para obter a mesma quantidade de produtos. Para entender isso de uma forma mais clara, é como se, com R$ 100 a preços de 10 anos atrás, fosse possível comprar 13 produtos essenciais para casa.

O motivo por trás dessa perda de poder de compra é uma combinação de alta inflação e estagnação salarial. Nos últimos 10 anos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que podemos considerar como a inflação oficial do país – subiu 88%. Porém, em contrapartida, o salário médio anual dos brasileiros teve um aumento de apenas cerca de 3% no mesmo período.

O futuro do poder de compra dos brasileiros

As perspectivas para o futuro do poder de compra dos brasileiros são polarizadas. O professor e economista da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Paulo Feldmann, acredita que a situação poderá piorar ainda mais. Ele vê a inteligência artificial e a automação dos negócios como ameaças ao mercado de trabalho que poderão refletir na diminuição do salário médio do brasileiro.

Por outro lado, a economista e professora de MBA da Fundação Getúlio Vargas, Carla Beni, vê uma possível saída na capacitação dos jovens em novas tecnologias. Dessa forma, ela acredita que ainda existem vagas de trabalho bem remuneradas disponíveis, mas falta mão de obra qualificada para preenchê-las.

Como saber se perdi o poder de compra?

Por fim, se você quer saber se passou por uma perda de poder de compra nos últimos anos, a plataforma de investimentos Rico indica um cálculo simples: para manter o mesmo poder de compra dos últimos 10 anos, seu salário precisaria ter aumentado cerca de 88% neste período. Como exemplo, se você ganhava R$ 3 mil há 10 anos, no ano passado precisaria ter recebido R$ 5.640,00 para ter o mesmo poder de compra.

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Em síntese, enfrentar o desafio econômico envolve a delicada tarefa de equilibrar a inflação, os reajustes salariais e o crescimento econômico. O objetivo é preservar o poder de compra da população, evitando a contínua redução do seu poder aquisitivo. Além disso, é imperativo manter uma vigilância constante sobre oportunidades e adaptações no cenário econômico.