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Revelado: Bolsonaro foi ‘sabotado’ por servidores deste Ministério

Confira qual Ministério formou uma rede de resistência clandestina para conter a política externa do presidente Bolsonaro

Conforme exposto em uma reportagem do UOL Notícias, uma rede de resistência clandestina foi criada para conter a política externa bolsonarista no Ministério das Relações Exteriores do Brasil – também conhecido como Itamaraty. 

Os encontros sigilosos tratavam de temas como direitos humanos, mudanças climáticas, a Guerra da Ucrânia e a questão da Palestina. A informação foi confirmada pelo UOL, por meio de 13 funcionários que faziam parte do Itamaraty, que a rede teria se expandido por alguns dos principais departamentos da chancelaria. 

Resistência contra Bolsonaro em nome da democracia

Para diplomatas, a definição ideal para a rede seria resistência, que existiu “em nome da democracia e soberania” e sempre aconteceu conforme os parâmetros da legalidade. Na verdade, os atos não passavam de uma tentativa de “equilibrar posições” à frente daqueles que estavam arruinando as estruturas do estado.

A verdadeira sabotagem, neste caso, era o que estava acontecendo com o sequestro de décadas da diplomacia brasileira para servir os objetivos da extrema direita.  

Sendo assim, a rede clandestina tinha como objetivos questões como:

  • A permissão que o outro país tivesse tempo para reagir a mudanças na política externa brasileira, sem que fosse estabelecida uma crise; 
  • A preservação da credibilidade do Brasil no exterior para que as décadas de uma construção da diplomacia nacional fosse salva. 

Encontros clandestinos 

Por fim, as reuniões clandestinas faziam parte nada mais nada menos do que uma das táticas da resistência. Confira alguma das estratégias do grupo:

  • O grupo realizou reuniões mesmo sem estarem registradas na agenda oficial, impedindo que certos temas ou debates entrassem no radar da direção;
  • Foi arquitetado um plano de contatos diretos com governos do exterior, sem precisar passar pela cúpula do Itamaraty, para desarmar as crises diplomáticas;
  • Aconteceram reuniões clandestinamente, onde a cúpula bolsonarista determinou a suspensão de termos de documentos ou o veto a determinadas resoluções que citassem a palavra “gênero” ou outras situações sensíveis;
  • O grupo limitou-se a ler “a instrução que chegou de Brasília”, em reuniões na OMS, OEA e ONU, sem uma atuação de empenho para persuadir os outros países a concordarem com o Brasil em suas posições;
  • A rede clandestina contra Bolsonaro copiou documentos que poderiam ser utilizados para proteger um diplomata contra acusações e apontar a irregularidade de alguns atos do Planalto;
  • O grupo fez postagem de artigos no nome de outra pessoa ou de um acadêmico;
  • A rede divulgou informações para a sociedade civil sobre o posicionamento do Brasil na esperança de que uma pressão pública acontecesse para impedir que um determinado ato fosse realizado;
  • O grupo fraudou a chefia ou informou o que era absolutamente necessário, ocultando da cúpula situações ou posições que partissem de outros governos.

Imagem: Marcelo Chello/shutterstock.com