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Ricos pagam menos impostos no Brasil?

A legislação brasileira define que os impostos devem ser porporcionais a renda do contribuindo, mas o que acham os especialistas?

A questão da carga tributária e sua distribuição equitativa é um tema amplamente discutido e muitas vezes controverso no Brasil. Muitas pessoas argumentam que os ricos pagam menos impostos em comparação com os cidadãos de baixa renda.

Isso gera debates acalorados e levanta questionamentos sobre a justiça fiscal no país. Apesar de possuir muitos recursos naturais, o Brasil não distribui toda sua riqueza de modo justo. Em 1995, o antropólogo e sociólogo Darcy Ribeiro já chamava atenção para esse fato.

Especialistas destacam que a resistência em modificar um sistema que beneficia uma minoria influente e barulhenta contribui para que a noção de justiça fiscal seja mais uma teoria do que uma prática efetiva.

A desigualdade socioeconômica 

A desigualdade socioeconômica presente no Brasil é um fator importante a ser considerado ao abordar a distribuição de impostos. Uma pequena parcela da população concentra uma grande parte da riqueza e dos recursos, enquanto a maioria enfrenta condições de vida precárias e desigualdades estruturais. 

Nesse contexto, a discussão sobre uma carga tributária justa torna-se ainda mais relevante. A resistência em promover mudanças significativas no sistema tributário, que favorece os interesses de uma minoria privilegiada, é frequentemente atribuída ao poder e à influência que essa parcela da população exerce sobre as decisões políticas. 

Imposto deve ser proporcional à renda do contribuinte

De acordo com a Constituição brasileira, o Estado deve levar em consideração a capacidade individual dos contribuintes ao cobrar impostos. Com isso, haveria o sonhado bem-estar comum da sociedade. 

Esse princípio, conhecido como capacidade contributiva, estabelece que aqueles que possuem maiores recursos financeiros devem arcar com uma proporção maior do ônus tributário. Já aqueles com menos recursos devem contribuir de forma proporcionalmente menor, ou até mesmo serem isentos de certos tributos.

Essa abordagem busca promover a justiça fiscal, evitando que a carga tributária recaia de forma desproporcional sobre os mais vulneráveis economicamente. A ideia subjacente é que aqueles que possuem maior capacidade econômica têm condições de suportar um maior peso tributário. Mas, afinal, será que esse conceito é posto em prática?

O Brasil não respeita a capacidade contributiva

De fato, na prática, o sistema tributário brasileiro tem uma forte incidência sobre o consumo. Isso acaba resultando em uma tributação indireta maior em relação à renda e ao patrimônio. 

Esse modelo tem sido alvo de críticas, uma vez que especialistas argumentam que ele contribui para a perpetuação das desigualdades. Portanto, na prática, quanto maior é a renda do contribuinte, menor é o imposto pago por ele, se comparado a proporção de uma pessoa de baixa renda.

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