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Risco sacado: entenda o possível motivo do rombo de R$ 20 bi na Americanas

Entenda a operação financeira, chamada de risco sacado, que foi o possível motivo do rombo de R$ 20 bilhões na Americanas.

Na quarta-feira à noite, a Americanas anunciou uma inconsistência contábil no valor de R$ 20 bilhões. Esse rombo estaria ligado a operações de risco sacado feitas pela empresa e como elas aparecem no balanço da empresa. 

Mas, o que são operações de risco sacado e como elas podem causar um rombo de R$ 20 bilhões?

A operação de risco sacado, também chamada forfait, envolve três atores: fornecedores, compradores e bancos. Assim, elas são muito comuns, principalmente para empresas que atuam no mercado varejista e atacadista. 

A operação é muito simples. Ela funciona como um adiantamento do pagamento dos fornecedores, em que o comprador pega dinheiro emprestado no banco para fazer esse pagamento. Portanto, há o custo financeiro da cobrança de juros para a empresa que solicita o empréstimo.

Risco sacado e o rombo da Americanas

A operação de risco sacado é fácil de explicar. Isso porque ela envolve apenas três atores com papéis bem definidos.

Por exemplo: a Americanas comprou X reais em produtos de determinado fornecedor para pagar em 180 dias. 

Entretanto, se o pagamento for feito em 30 dias, o fornecedor dará um desconto para a Americanas (X – 20%). Assim, a empresa procura um banco para fazer uma operação de risco sacado. 

Dessa forma, o banco tira dinheiro do seu caixa para pagar o fornecedor (X – 20%) e a Americanas passa a dever para o banco. Nesse caso, ela poderá pagar com um prazo maior, mas com acréscimo de juros. Assim, a empresa deve ao banco X + 10% de juros. 

Essa operação é um risco sacado, porque o banco está assumindo um risco ao usar o próprio dinheiro. Se a empresa que contratou a operação não pagar a dívida, a instituição financeira precisará arcar com o prejuízo. 

Motivo do rombo

No caso da Americanas, o rombo surgiu pela forma como a empresa inseriu o risco sacado em seu balancete. Ao invés da administração considerar como “dívidas com bancos”, a operação aparece como “dívida com fornecedores”.

Dessa forma, a gestão de balancete fica comprometida. Principalmente quando levamos em consideração os juros que são cobrados pelos bancos, e não pelos fornecedores.

Imagem: Leandro Marques / Shutterstock.com