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Rombo da Americanas impacta suas finanças?

Crise das Americanas impacta crédito no Brasil, segundo Banco Central. Descubra como a taxa Selic e o Desenrola contribuem neste cenário.

Nesta segunda-feira (28), o chefe do departamento de estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, anunciou que a crise enfrentada pela Americanas continua impactando os dados de crédito do país. Esse efeito é particularmente forte nas modalidades de crédito conhecidas como “risco sacado”, que envolvem o desconto de duplicatas e a antecipação de recebíveis.

Rocha explicou que o desconto de duplicatas teve uma queda sazonal de 7,6% em julho. “A gente não deve ficar surpreso nem com o crescimento de junho nem com a queda de julho, é sazonal”, disse. Contudo, houve uma redução dos saldos ao comparar julho de 2022 e 2023, um “efeito de uma empresa de varejo brasileira”, referindo-se às Americanas.

Como a crise nas Americanas influencia os dados de inadimplência?

Fachada de uma unidade da Americanas
Imagem: Jair Ferreira Belafacce / shutterstock.com

A alteração da situação de inadimplência, segundo Rocha, iniciou-se a partir de abril, com um aumento de 0,6% para 2,1%. Ele ainda ressaltou que a taxa continua crescendo, porém em proporções menores e acrescentou que os impactos da inadimplência podem continuar.

Rocha esclarece que o critério do BC para considerar um débito como inadimplente é um atraso superior a 90 dias. Além disso, o registro de grande parte da dívida da Americanas só ocorreu em Abril, três meses depois do prazo para liquidação do débito.

Influência do programa Desenrola

O chefe de estatísticas do BC também citou o programa Desenrola, que busca ajudar pessoas físicas a regularizarem suas dívidas.

Rocha opina que o programa pode ter contribuído para a redução da inadimplência, mas que seu impacto real é difícil de ser mensurado devido à variedade de operações envolvidas e ao valor individual relativamente pequeno de cada negociação.

Impacto da Selic

Seguindo a trajetória atual de queda da taxa básica (Selic), o juro médio de todas as linhas de crédito caiu 0,3% em julho, o que Rocha atribui à política monetária a influência antecipada sobre essa diminuição das taxas.

Contudo, com a Selic ainda em processo de elevação, em 13,25% ao ano, o estoque total de financiamentos do país recuou 0,2% no mês de julho, para R$ 5,405 trilhões, marcando a segunda queda do ano. Apesar disso, em 12 meses, a carteira dos bancos cresceu 8,2%, embora em trajetória de desaceleração.

Imagem: Jair Ferreira Belafacce / shutterstock.com