Taxa Selic pode superar os 14% até o fim do ano
Bancos projetam um aumento na Taxa Selic pelo Banco Central ainda neste ano. Entenda a situação atual da economia
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A aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Eleitoral, que concede benefícios sociais fora do teto de gastos com o custo total de R$ 41,2 bilhões, somada ao cenário econômico mundial de inflação generalizada, deve forçar o Banco Central a aumentar o aperto monetário.
Em junho, a autoridade ajustou a Taxa Selic para os atuais 13,25%. Vale ressaltar que em março de 2021 o percentual atingiu sua mínima histórica em 2%. O Boletim Focus, aponta que os economistas estimam que haverá mais um aumento de 0,50 ponto percentual na reunião do Copom desta semana.
Previsões de alta
As estimativas para taxa inflacionária para 2023 é de 10,75%. No entanto, diante da realidade após a expansão da política fiscal e as incertezas sobre a economia para o próximo ano com as eleições, os agentes econômicos acreditam que o BC continuará firme nos processos de ajustes.
Tais processos podem acontecer por meio de aumentos maiores que os previstos para a Selic ou pela manutenção da taxa em altos patamares por mais tempo.
As medidas aprovadas pela PEC fazem com que a inflação futura fique mais alta, o que deve impedir a autoridade monetária de afrouxar a política já a partir do ano que vem, como era esperado.
A redução do teto do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Produtos), embora colabore com a diminuição dos preços, é um recurso temporário. Quando se trata do médio prazo, as perspectivas para a inflação pioram. É o que aponta o relatório do Citi.
No último Boletim Focus, a projeção para a inflação apresentou recuo de 7,30% para 7,20% para este ano. Já para 2023, a estimativa é de aumento de 5,20% para 5,30%.
Bancos estimam Selic acima dos 14%
O banco Santander, após a aprovação da PEC Eleitoral, aumentou a projeção da Taxa Selic para 14,25% até o final do ano. A revisão sobre o percentual dos ajustes ocorre em meio a piora no balanço de riscos e o novos impulsos fiscais, de acordo com o banco espanhol.
Segundo a avaliação do Santander, o Banco Central deve evitar um aumento dos juros atuais, mas deve manter o patamar elevado por um período maior.
O Credit Suisse também aposta na taxa Selic a 14,25% nas projeções para o final de 2022. Dentre os motivos para a mudança, a instituição apontou a inflação generalizada entre os diversos setores econômicos e as expectativas sobre o IPCA (Índice de Produtos ao Consumidor Amplo) para o próximo ano.
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Imagem: rafastockbr / Shutterstock.com
