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Auxílio emergencial multiplica valor do Bolsa Família para mais de 14 milhões de famílias

Repentinamente, famílias que recebem o Bolsa Família viram seu benefício multiplicar de valor com a pandemia do novo coronavírus. Entre abril e maio, foram beneficiadas pelo programa aproximadamente 14,27 milhões de famílias. Ou seja, quem antes recebia benefícios de até R$ 205 por mês, passou a receber de três a seis vezes mais, entre R$ 600 e R$ 1,2 mil por três meses, que é o tempo previsto de duração do auxílio emergencial.

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Auxílio emergencial multiplica valor do Bolsa Família para mais de 14 milhões de famílias

O governo tem enfrentado grandes dificuldades em fazer este dinheiro chegar aos mais necessitados. No caso do Bolsa Família, é muito mais fácil de identificar quem precisa do auxílio emergencial, basta estar inscrito no Cadastro Único e possui um cartão do Bolsa Família, sem a necessidade de cadastro no App Auxílio Emergencial da Caixa ou uso do App Caixa Tem, que está quase sempre fora do ar, devido ao alto volume de acessos simultâneos.

Em matéria publicada na Exame, e de acordo com o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Marcelo Neri, o benefício triplicado teria de ser acompanhando de um programa de finanças pessoais, para que as famílias se preparem melhor para lidar com o aumento do benefício.

“Não é comum que se conceda o equivalente a seis benefícios de Bolsa Família de uma vez só. Embora o cenário atual exija um benefício maior para as famílias.”

Há mais de um mês, o colunista do jornal O Estado de S. Paulo Pedro Fernando Nery também alertava que o programa era o instrumento mais efetivo para repor a renda que as famílias irão perder durante a pandemia. “Boas propostas de reforma do Bolsa Família já tramitavam desde o ano passado.”

Renovação

Economistas ouvidos pela reportagem da Exame discutem que o Bolsa Família deve ser ampliado para um valor maior por mais tempo do que tão somente pelos três meses do benefício de emergência. Eles defendem que o valor de até R$ 205 não vai ser suficiente para o Brasil após pandemia.

Um deles é Ricardo Henriques, que ajudou a criar o Bolsa Família em 2003 e hoje é superintendente executivo do Instituto Unibanco. Ele lembra que é preciso pensar nas famílias que perderam renda, mesmo com o aumento do valor recebido do benefício. “As famílias produziam rendas complementares, muitas como informais.”

Ele ainda diz que após a crise será preciso pensar em uma política de crescimento econômico do País que contemple a transferência de renda. “Mais pessoas e famílias ficarão vulneráveis. Vai ser preciso manter essa renda mínima e um valor maior do Bolsa Família por mais tempo pode ser mesmo necessário.”

Antes mesmo do início do pagamento do auxílio emergencial, no mês passado, um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) já recomendava que a fila de espera do programa ficasse zerada e sugeria reajuste até permanente dos pagamentos e das linhas de elegibilidade do programa em aproximadamente 29%.

“Dada a defasagem do poder de compra dos benefícios atuais do Bolsa Família e os riscos econômicos e sociais decorrentes da pandemia, parece um preço baixo a pagar para garantir um nível mínimo de bem-estar aos mais pobres”, diz o Ipea.

“A fatia da população abaixo da linha da miséria vai subir. O ideal seria manter o benefício em R$ 500 como regra permanente. É uma despesa que pode ser financiada com a reintrodução do imposto sobre lucros e dividendos”, diz José Luís Oreiro, da Universidade de Brasília.

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Fonte: Exame
Imagem: rafapress via shutterstock