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Bolsonaro gastou quase R$ 700 mil em cartão corporativo com campanha eleitoral

O valor gasto por Bolsonaro no cartão corporativo pode ser ainda maior visto que estão faltando notas fiscais

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gastou aproximadamente R$ 700 mil no cartão corporativo em campanha eleitoral. Contudo, este valor pode ser ainda maior visto que estão faltando notas fiscais. No último mês, as informações de que os gastos de Bolsonaro chegaram a mais de R$ 75 milhões no período entre 2019 e 2022 geraram espanto.

De acordo com o portal de notícias UOL, entre agosto e novembro foram gastos R$ 697 mil. A divulgação dos valores se deu por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) solicitada pela agência Fiquem Sabendo. Já as notas fiscais estão presentes em relatórios que as classificam como “atividade eleitoral”. 

Motociatas contaram com recursos públicos

O ex-presidente Bolsonaro utilizou o cartão corporativo em motociatas. Na primeira, em agosto do ano passado, realizada em Vitória da Conquista, na Bahia, ao lado do então candidato a governador João Roma (PL), os registros mostram um gasto de R$ 50 mil em lanches, pagos com o cartão corporativo. 

Ao todo, foram 1.024 lanches frios e 512 barras de cereal, entre outros produtos consumidos na padaria. Além disso, o cartão corporativo registrou ainda um gasto de R$ 44,7 mil com hospedagem de aproximadamente 50 pessoas que trabalharam na segurança do ex-presidente Jair Bolsonaro em Vitória da Conquista. 

Em Teófilo Otoni, no estado de Minas Gerais, Bolsonaro gastou R$ 63 mil no cartão corporativo com lanches, hospedagem, além de um “cercadinho” para a proteção do ex-presidente da República. Em Belo Horizonte, R$ 8.650 foram utilizados para pagar um delivery de iFood, enquanto outros R$ 2.000 foram gastos com outro cercadinho.

No estado de São Paulo, durante visita a igrejas em Aparecida, foram R$ 64 mil gastos no cartão corporativo. Destes, R$ 40.255,80 foram registrados na cidade do interior, sendo R$ 18 mil com hotéis e R$ 15.946,80 com lanches. 

Em Fortaleza, no Ceará, foram R$ 20.132 com a compra de 566 kits lanches, efetuada com o cartão corporativo.

Como funciona o cartão corporativo?

O Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), mais conhecido como cartão corporativo, serve para custear viagens, alimentação e combustível. Contudo, o pagamento da fatura acontece com dinheiro público. 

O Portal da Transparência afirma que o cartão corporativo deve ser utilizado para “pagamentos de despesas próprias, que possam ser enquadradas como suprimento de fundos”.

O suprimento de fundos é uma espécie de adiantamento dado ao servidor público para que este possa realizar o pagamento de despesas. Os gastos devem se enquadrar nos princípios da Administração Pública de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 

Contudo, os gastos de campanha eleitoral devem ser retirados das contas dos partidos eleitorais ou coligações. De acordo com a legislação, o presidente pode utilizar os recursos para se deslocar durante o período de campanha eleitoral, desde que ressarça os valores. 

O Partido Liberal (PL), de Bolsonaro, devolveu R$ 4,8 milhões à União. Os gastos são referentes ao transporte do ex-presidente em 48 eventos eleitorais. Contudo, segundo o portal UOL, Bolsonaro contou com pelo menos 80 agendas. O partido e a defesa de Bolsonaro não se posicionaram.

Imagem: Agência Brasil