Bolsonaro: “Quem quer mais auxílio é só ir ao banco e fazer empréstimo”
Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que o custo do programa leva ao endividamento do Brasil.
Na última terça-feira (01), o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, respondeu as críticas sobre o valor do auxílio emergencial. Ele disse que “quem quer mais auxílio é só ir ao banco e fazer empréstimo”. A fala do presidente não leva em conta os milhares de brasileiros em situação de pobreza, a qual piorou com o surgimento da pandemia que assola o país. Assim como ele não considera que quase 40% da população está inadimplente, e por isso não consegue solicitar empréstimos.
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Bolsonaro: “Quem quer mais auxílio é só ir ao banco e fazer empréstimo”
Durante uma conversa com seus apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirma que o custo do programa leva ao endividamento do Brasil:
Qual país do mundo fez um projeto igual ao nosso, num momento de crise, que foi o auxílio emergencial? Nós gastamos em 2020 com o auxílio emergencial o equivalente a dez anos de Bolsa Família. E tem gente criticando ainda, falando que quer mais. Como é endividamento por parte do governo, quem quer mais é só ir no banco e fazer empréstimo.”
Em 2020, o auxílio emergencial pagou nove parcelas, entre abril e dezembro. Dessas, cinco foram de R$ 600 e outras quatro de R$ 300, sendo que para mães solo o valor era em dobro. Entre janeiro e março de 2021, o governo suspendeu o pagamento do auxílio e decretou o fim do mesmo.
No entanto, devido à pressão política e à situação extremamente complicada da população e da economia, bem como com uma nova onda da pandemia, o governo cedeu e liberou novas parcelas. Nessa nova fase, o pagamento é de quatro parcelas, com valores que variam entre R$ 150 a R$ 375 por mês – de acordo com a composição familiar do beneficiário.
Novamente, o presidente se isenta da culpa e a transfere aos governadores e prefeitos
Apesar de reconhecer a situação difícil dos brasileiros, Bolsonaro voltou a se isentar da culpa e transferiu a responsabilidade aos governadores e prefeitos. Segundo o presidente, a culpa do aumento do desemprego é inteiramente dos governantes.
De acordo com o presidente, “sabemos da situação difícil que se encontra a população, que perdeu o emprego. Não foi por culpa do presidente. Eu não mandei ninguém ficar em casa, não obriguei, não fechei comércio e por consequência não destruí emprego. Quem fez isso aí foi de forma irresponsável.”
Contudo, vale ressaltar que os prefeitos e governadores fizeram que o Governo Federal devia ter feito: conduzir o Brasil de forma a tentar diminuir e/ou conter os efeitos da pandemia. A isenção de Bolsonaro foi tanta, que nem mesmo a compra de vacinas contra o coronavírus queria fazer.
Por fim, apesar de existirem estudos científicos sobre a importância do uso de máscaras e de não provocar aglomerações, o presidente não tem respeitado essas regras. Dessa forma, muitos especialistas acreditam que Bolsonaro não está contribuindo o suficiente para ajudar a evitar a disseminação do vírus. Por conta disso, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, solicitou que o presidente explique por que não usa máscara e provoca aglomerações.