BBAS3 e BBDC4 prestam esclarecimentos oficiais sobre a Elo; saiba mais
Bradesco e BB explicam acordo para redistribuição de participação na Elo, sem impacto direto aos acionistas.
Redefinição da participação societária entre os acionistas visa equilíbrio na distribuição de lucros, sem afetar diretamente os investidores.
Em um movimento estratégico que busca reorganizar a estrutura de participação na bandeira de cartões Elo, o Bradesco (BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3) oficializaram um novo instrumento contratual que visa equalizar a participação de seus acionistas. A mudança busca alinhar a distribuição de dividendos com as contribuições efetivas de cada instituição para a companhia.
Embora a novidade tenha chamado atenção no mercado, as instituições reforçam que não se trata de uma alteração relevante o suficiente para gerar impacto direto nas decisões de investimento ou nas cotações das ações.
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Redistribuição sem mudança de controle
O acordo firmado entre Bradesco e Banco do Brasil tem como foco principal a redefinição da proporção de lucros distribuídos pela Elo. Segundo as instituições, a nova configuração busca refletir com mais exatidão o nível de contribuição de cada acionista para o funcionamento da empresa.
A Caixa Econômica Federal, que também integra o quadro de acionistas da Elo, permanece envolvida nas decisões, mas os detalhes da reestruturação concentram-se, até o momento, nas ações de Bradesco e BB.
Esclarecimentos ao mercado
Ambos os bancos emitiram comunicados oficiais ao mercado, esclarecendo que a medida não representa um fato relevante. A justificativa é que não houve alteração material nas respectivas participações na companhia de cartões. Além disso, os bancos afirmam que a operação não influencia os direitos dos acionistas, nem interfere no preço de negociação das ações BBAS3 ou BBDC4.
A formalização completa da operação ainda depende de avaliações regulatórias, incluindo a aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Sem impactos na bolsa, segundo os bancos
A posição oficial das instituições financeiras é de que a reestruturação societária da Elo não causa reflexos diretos sobre o comportamento do mercado financeiro. “As alterações acordadas não influenciam de forma relevante a decisão de investimento dos acionistas, nem provocam efeitos materiais nos papéis negociados em bolsa”, diz a nota divulgada.
A tranquilidade no discurso é uma tentativa de afastar qualquer especulação negativa que possa surgir em torno das movimentações internas da Elo.
IPO segue como possibilidade remota
Fontes ligadas ao mercado financeiro indicam que a reorganização da base acionária da Elo tem como efeito colateral positivo a estabilidade societária, o que poderia facilitar um possível IPO (Oferta Pública Inicial) no futuro. Essa possibilidade foi cogitada anteriormente, especialmente em 2021, mas não avançou. Ainda assim, não foi completamente descartada pelas partes envolvidas.
Apesar disso, especialistas ouvidos pelo jornal Estadão afirmam que a abertura de capital da Elo não está nos planos de curto prazo, dada a atual conjuntura do mercado e o estágio da empresa.
Elo no cenário nacional
Criada como uma alternativa brasileira às bandeiras internacionais de cartões, como Visa e Mastercard, a Elo conquistou espaço significativo no setor. A parceria entre Caixa, Banco do Brasil e Bradesco formou um conglomerado de peso para enfrentar os concorrentes globais. Atualmente, a Elo é uma das principais bandeiras utilizadas no Brasil, presente em milhões de cartões emitidos.
Essa relevância no setor torna qualquer movimentação envolvendo a empresa objeto de atenção dos analistas e investidores, ainda que os próprios bancos minimizem os efeitos das recentes decisões.
O que esperar nos próximos meses
A depender da resposta dos órgãos reguladores, a nova configuração de distribuição de dividendos deve entrar em vigor nos próximos meses. Não há, no entanto, previsão de mudanças estruturais adicionais. Caso a Elo decida avançar com o IPO futuramente, será necessário um novo ciclo de negociações e reestruturações.
Até lá, o foco permanece na estabilidade da empresa e na manutenção da competitividade em um mercado que passa por constantes transformações, especialmente com a ascensão dos pagamentos digitais e novas fintechs.
Transparência e governança
Ao tornar público o acordo e esclarecer que não se trata de fato relevante, Bradesco e Banco do Brasil reforçam a importância da transparência com o mercado.
A postura evita ruídos entre acionistas e investidores, além de demonstrar governança corporativa responsável.