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Bradesco deixa clientes e mercado preocupados

Bradesco admitiu erro que pode prejudicar seu negócio e deixou clientes e mercado preocupados. Entenda melhor a situação do banco

O Bradesco enfrenta uma situação complicada. Após disponibilizar mais empréstimos do que deveria, a instituição financeira registrou uma queda de 76% no lucro. Essa redução é referente a outubro, novembro e dezembro do ano passado quando comparado com o mesmo período de 2021.

De acordo com o presidente-executivo, Octavio de Lazari, a política de crédito do banco deveria ter sido restringida mais cedo. Além disso, segundo ele, a inadimplência aumentou por conta da grande liberação de empréstimo durante a pandemia da Covid-19, com taxa básica de juros, a Selic, em 2% ao ano.

O que foi registrado no terceiro trimestre de 2022

Nos três últimos meses de 2022, o Bradesco viu o índice de inadimplência para empréstimo acima de 90 dias crescer. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, ou seja, a 2021, o crescimento foi de 0,4 p.p..

Além disso, as dívidas vencidas entre 15 a 90 dias também registraram piora, de 3,6% para 4,1%. Confira abaixo como foi o desempenho do Bradesco em outros quesitos.

  • Taxa de aprovação de crédito massificado: no final do ano passado, mais precisamente em dezembro, representava 67% do que o Bradesco tinha liberado no mesmo período de 2021;
  • Provisão de Devedores Duvidosos (PDD): a provisão expandida somou R$ 14,881 bilhões no quarto trimestre de 2022, frente a R$ 4,823 observado no final de 2021;
  • Retorno médio sobre patrimônio líquido (referente a como o banco remunera o capital dos acionistas): no final de 2022, o medidor chegou a 3,9%, com queda de 13,6 p.p. em um ano e de 9,1 p.p. em três meses. Além disso, no acumulado de doze meses, o percentual foi a 13,1%.

Medidas para reverter a situação deve impactar clientes e mercado

O banco já passou a adotar medidas que ajudem a reverter o cenário. A intenção é ser mais seletivo no que se refere aos empréstimos. Para 2023, clientes que apresentarem perfil de menor risco de inadimplência e operações com garantias serão priorizados.

De acordo com Lazari, as finanças do Bradesco podem ser afetadas diante das mudanças. No entanto, segundo ele, é possível equilibrar o aumento entre variáveis, com taxas maiores e menos concessões de cartão de crédito

O nível de inadimplência, por sua vez, só deve ser reduzido no 3T2023. Enquanto isso, para o executivo do banco, a recuperação de retorno sobre o patrimônio de aproximadamente 18% do Bradesco será possível até o final de 2024. 

Analistas do mercado financeiro não estão tão otimistas quanto à instituição financeira, que espera a melhora do negócio. Aliás, o Itaú BBA acredita que o Bradesco não deve registrar melhores resultados nos próximos dois anos.

Outra notícia também deixou clientes preocupados

A queda nos lucros tira o sono principalmente do Bradesco, como é possível observar. No entanto, a redução de pontuação nos cartões de crédito também deixou muitos clientes do banco surpresos e preocupados. Segundo informações, as mudanças passam a valer a partir de março.

Em síntese, o Bradesco decidiu reduzir os pontos por dólar gasto. Contudo, o cliente ainda terá a chance de acumular pontuação e trocá-la, posteriormente, por produtos e serviços oferecidos pelo Programa de Fidelidade do banco.

Imagem: SERGIO V S RANGEL / shutterstock.com