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Carro Sustentável: governo quer cortar impostos para veículos econômicos

Veja como o programa Carro Sustentável pode baratear veículos 1.0 flex até 2026. Saiba se seu modelo será beneficiado!

O governo federal está finalizando os detalhes de um novo pacote de incentivos à indústria automotiva, batizado de “Carro Sustentável”, que prevê redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros 1.0 flex nacionais.

A medida tem como objetivo baratear o preço dos veículos zero quilômetro mais eficientes do mercado e, ao mesmo tempo, estimular práticas sustentáveis na produção automotiva brasileira.

Segundo informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o corte tributário poderá vigorar até dezembro de 2026, incluindo o período eleitoral de 2026, o que aumenta sua relevância política e econômica.

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O que é o programa Carro Sustentável?

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Imagem: Gengwit Wattakawigran / shutterstock

Foco em motores pequenos, nacionais e econômicos

O Carro Sustentável é um programa idealizado pelo governo para incentivar a compra de veículos acessíveis e menos poluentes, fabricados no Brasil. O foco está nos carros com:

  • Motorização 1.0 flex;
  • Potência de até 90 cavalos;
  • Baixa emissão de CO² (até 83g/km);
  • Critérios de reciclabilidade (ainda em definição).

A proposta não contempla modelos eletrificados nem veículos importados ou com motor turbo, mesmo que apresentem baixo consumo de combustível.

Quem será beneficiado?

Modelos populares com versões sustentáveis

O programa deve beneficiar diversos modelos populares com versões que se encaixam nos critérios estabelecidos. Entre os principais, estão:

  • Chevrolet Onix 1.0;
  • Fiat Argo 1.0;
  • Hyundai HB20 1.0;
  • Renault Kwid;
  • Volkswagen Polo Track.

Esses veículos são fabricados no Brasil e contam com versões 1.0 flex, naturalmente mais eficientes e acessíveis.

Critérios técnicos e ambientais

Redução de emissão como prioridade

A principal exigência para que o veículo se beneficie da redução do IPI é que ele emita no máximo 83 gramas de dióxido de carbono (CO²) por quilômetro rodado. Para efeito de comparação, veículos com motores mais potentes e turbo frequentemente superam esse limite.

Além disso, os fabricantes deverão seguir padrões de reciclabilidade, ou seja, garantir que os materiais utilizados no veículo sejam reutilizáveis ou recicláveis. Embora o critério ainda esteja em desenvolvimento, espera-se que seja um diferencial técnico relevante para a indústria.

Exclusões do programa

Carros híbridos, elétricos e turbo ficam de fora

Surpreendentemente, o programa não inclui veículos eletrificados (híbridos ou elétricos), que são frequentemente associados à mobilidade sustentável.

Segundo fontes do governo, isso se deve ao alto custo de produção e à baixa acessibilidade desses modelos, que inviabilizam sua inclusão em uma política com foco na classe média. Também ficam de fora:

  • Modelos importados;
  • Veículos com motorização turbo;
  • Carros que não atendem ao limite de emissão.

Impacto esperado no mercado automotivo

Vendas devem crescer até 2026

Assim como o programa do carro popular em 2023, a nova política deve estimular significativamente o mercado automotivo, que tem enfrentado altos custos e demanda reprimida.

Com a possível redução de até R$ 5 mil no preço final dos veículos, estima-se que o volume de vendas cresça, especialmente entre consumidores da faixa de renda mais baixa e empresas que renovam frotas. Especialistas também apontam que o programa pode:

  • Impulsionar a produção nacional;
  • Reduzir a ociosidade das fábricas;
  • Promover uma renovação da frota brasileira.

Comparação com o programa de 2023

Medida anterior já teve efeitos positivos

O decreto de incentivo à indústria automotiva de 2023 ofereceu descontos temporários em veículos novos com foco na mobilidade popular. Embora tenha durado pouco, o programa ajudou a aumentar as vendas em mais de 100 mil unidades em dois meses, segundo dados da Fenabrave.

A expectativa agora é que, com prazo estendido até dezembro de 2026, os efeitos do Carro Sustentável sejam mais duradouros.

Ponto de vista da indústria

Montadoras devem adaptar suas linhas de produção

As principais montadoras instaladas no Brasil já se movimentam para adequar seus modelos aos critérios do programa. A exigência de baixa emissão pode levar à reengenharia de motores, uso de novos materiais e investimentos em processos de produção mais limpos.

Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a medida é vista com bons olhos, mas os fabricantes pedem clareza e previsibilidade nas regras para que possam planejar o investimento a médio prazo.

Reações do setor ambiental

Sustentabilidade x exclusão dos elétricos

Apesar do nome “Carro Sustentável”, alguns especialistas em sustentabilidade criticam a exclusão dos veículos elétricos do programa. Para eles, a medida perde a chance de acelerar a transição energética da frota brasileira.

Por outro lado, economistas destacam que o foco do governo parece estar em medidas de curto e médio prazo, mirando o impacto real no consumo e na indústria local.

Benefícios para pessoas físicas e jurídicas

GAC Motor
Imagem: Freepik

Quem pode aproveitar os descontos?

O incentivo fiscal valerá tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, o que abre espaço para empresas que desejam renovar suas frotas com modelos mais econômicos e sustentáveis.

Empresas do setor de logística, locadoras de veículos e operadoras de transporte por aplicativo poderão se beneficiar diretamente, o que pode impactar também o custo dos serviços prestados à população.

Considerações finais

Uma medida de equilíbrio entre economia e meio ambiente

O programa Carro Sustentável surge como uma alternativa viável para estimular o mercado automotivo sem abandonar completamente a pauta ambiental.

Mesmo com críticas pontuais — especialmente em relação aos veículos elétricos — a medida oferece uma possibilidade concreta de renovar a frota nacional com carros mais limpos e baratos.

Se bem executado e com regras claras, o programa pode representar um divisor de águas para a mobilidade acessível no Brasil, promovendo equilíbrio entre sustentabilidade, incentivo industrial e poder de compra do consumidor.

Imagem: PH888 / shutterstock.com