Chegada de rede brasileira de supermercados à França gera revolta nos trabalhadores
A chegada do supermercado brasileiro na França está gerando resistência. Entenda a polêmica envolvendo os trabalhadores da região
Na França, acende-se uma onda de protestos contra a planejada chegada do Atacadão, uma popular rede brasileira de atacado, conhecida como “atacarejo”. A resistência está sendo encabeçada pelas confederações sindicais CGT e CFDT, as quais vêm mobilizando os trabalhadores nas últimas semanas.
Os protestos advêm de um programa de demissão que está sendo associado à conversão futura de um Carrefour localizado nos arredores de Paris em um Atacadão. A divulgação da notícia aconteceu pelo jornal “Le Parisien”, que relatou que os funcionários chegaram até a cruzar os braços em sinal de protesto no dia 14.
Por que a oposição ao Atacadão na França?

O motivo para a resistência é que o Atacadão, devido ao seu modelo de negócios, pode levar ao corte de funcionários. A empresa que opera o Carrefour na região, a LabelVie, está propondo um plano de demissão voluntária aos trabalhadores do supermercado.
Apesar de o Carrefour garantir que os funcionários que não aderirem ao plano de demissão voluntária poderão passar para outra unidade do grupo na região, as confederações sindicais classificaram o projeto como “letal para o emprego”. Eles estão convocando os trabalhadores a seguirem na luta, entrando em greve ou em paralisação, de acordo com a possibilidade de cada um.
Entenda como o Atacadão foi parar na Europa?
A rede Atacadão foi comprada pelo Carrefour em 2007 e agora representa quase 70% do faturamento do grupo no Brasil. Em novembro, o varejista francês anunciou que importaria o “atacarejo” para seu país natal, em resposta ao aperto inflacionário que tem levado os consumidores franceses a procurarem por descontos.
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A princípio, o plano era instalar o Atacadão em Sevran, um subúrbio de Paris, mas o projeto enfrentou uma forte resistência do governo local. Então, o grupo decidiu levar o projeto para a vizinha, Aulnay-sous-Bois, onde o prefeito local acolheu a ideia. Contudo, a medida vem despertando a revolta de políticos de esquerda e de trabalhadores. A inauguração está prevista para o próximo ano.
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