Como fica o rendimento dos investimentos de renda fixa com a Selic em 11,75%?

A decisão recém-tomada pelo Banco Central de diminuir a básica taxa Selic para 11,75% ao ano tem gerado grande repercussão em todo o mercado financeiro.

Em um desdobramento já previsto pelos especialistas, essa diminuição impactará a rentabilidade da renda fixa, porém, na maioria das modalidades de investimento, isso já estava sendo considerado.

O contraponto norte-americano também não trouxe surpresas. O Federal Reserve, equivalente ao nosso Banco Central, manteve sua taxa básica de juros na casa dos 5,25% a 5,50%. A curva de juros é a projeção do mercado financeiro em relação aos juros futuros, em outras palavras, uma espécie de aposta sobre o rumo da Selic nos próximos meses e anos.

Atual taxa Selic e a perspectiva dos especialistas

Segundo análise de Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank, a expectativa sobre a Selic é que ela chegue a 10,90% ao ano em seis meses e a 10% em dois anos. Essas taxas são referências para o DI, um indicador que direciona a rentabilidade da renda fixa e margeia a Selic, geralmente sendo 0,1 ponto percentual menor.

Melhores opções de investimento

Para Haddad, com as futuras reduções da Selic, o investimento em títulos de dívida privada que contam com isenção do Imposto de Renda, como LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e debêntures incentivadas, se destacarão entre as opções mais vantajosas.

Para esses papéis, que rendem 96% do CDI, ele projeta um ganho líquido real, já descontado o IR e a inflação projetada, de 5,86% em um ano.

A rentabilidade esperada para os prefixados, a 11,75% ao ano, está na casa dos 5,57%. Para especialistas, outros investimentos rentáveis são os títulos do Tesouro prefixados e os pós-fixados atrelados à inflação. Contudo, nesses casos, é necessário atenção ao prazo pois, em caso de resgate antecipado, é possível haver perda de dinheiro.

Influencia dos juros na renda variável

Em meio ao enfraquecimento dos juros, os especialistas também preveem uma migração mais robusta para a renda variável no próximo ano.

Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos, sugere o investimento em ações das grandes empresas da Bolsa de Valores brasileira, conhecidas como blue chips, a depender do perfil de risco do investidor. Já para os conservadores, a melhor opção segue sendo evitar essa modalidade.

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Porém, do lado otimista, Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos, também vê com bons olhos a Bolsa: “A expectativa é que o Ibovespa mantenha sua trajetória ascendente em dezembro. Como destaque setorial positivo, temos o setor de consumo cíclico, que enfrentou desafios nos últimos meses, mas se recuperou fortemente.”

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