Controle financeiro: o segredo para sua empresa não fechar no 1º ano
Aprenda a organizar suas finanças e salvar sua empresa da falência no 1º ano. Veja dicas práticas e comece hoje mesmo!
Uma em cada quatro empresas brasileiras fecha as portas antes de completar o primeiro ano de atividade. É o que mostra uma pesquisa do IBGE, que evidencia a fragilidade do ambiente de negócios para novos empreendedores no país.
Entre os principais fatores que levam ao encerramento precoce das atividades está a falta de controle financeiro. Sendo assim, acompanhe a leitura do artigo a seguir para se certificar que essa não seja a realidade da sua empresa.
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Importância da organização financeira desde o início
Separação das contas: o primeiro passo para a saúde do negócio
Misturar contas pessoais com as da empresa é um erro comum e fatal. Segundo especialistas, isso impede a análise precisa da saúde financeira do empreendimento. Ter uma conta bancária exclusiva para a empresa é essencial para:
- Monitorar receitas e despesas reais do negócio;
- Facilitar a conciliação bancária e o planejamento;
- Evitar a retirada indevida de recursos da empresa.
Além disso, atualmente existem opções de contas empresariais isentas de tarifas, o que elimina o argumento do custo como barreira.
Planejamento é mais importante do que lucro imediato
Nos primeiros meses, é natural que o negócio ainda não gere lucro. A conquista de clientes e a consolidação no mercado exigem tempo e investimento. Adão Rocha, professor da Fadergs, reforça que o empreendedor deve estar preparado para operar sem lucro por até 10 meses, dependendo do segmento.
Para isso, é necessário um bom planejamento de capital de giro — a reserva que garante a cobertura dos custos fixos, como:
- Aluguel;
- Salários;
- Contas de consumo;
- Compra de insumos.
Dica prática: Calcule os custos mensais fixos e multiplique por no mínimo seis. Esse será o valor ideal da reserva de capital de giro ao iniciar as operações.
Fluxo de caixa: o termômetro da saúde financeira
Registre todas as movimentações financeiras
Ter controle sobre quanto entra e quanto sai da empresa diariamente é a base da gestão financeira. O fluxo de caixa permite:
- Antecipar falta de recursos;
- Planejar pagamentos e recebimentos;
- Evitar surpresas com inadimplência ou gastos inesperados.
Segundo Giovanni Beviláqua, do Sebrae Nacional, o controle do fluxo de caixa deve ser diário e pode ser feito com:
- Planilhas digitais;
- Aplicativos de gestão financeira;
- Softwares específicos de gestão empresarial.
Disciplina é a chave
Um dos maiores desafios do pequeno empresário é manter a disciplina nos registros. Adão Rocha alerta: “Se não fizer o lançamento, não tem o controle”. Evitar a procrastinação e criar o hábito diário de anotar cada movimentação é fundamental para manter a empresa sob controle.
Estoque bem gerenciado: evite prejuízos invisíveis
Controle de entrada e saída de produtos
Um estoque desorganizado pode esconder prejuízos significativos. Ter muito produto parado representa capital imobilizado, enquanto a falta de mercadoria impede vendas. O ideal é buscar o equilíbrio.
Além disso, o empreendedor deve monitorar:
- Validade dos produtos (no caso de alimentos e perecíveis);
- Giro de estoque (velocidade de reposição);
- Compras baseadas em demanda real, não em estimativas vagas.
Perdas e queima de estoque reduzem a margem de lucro
Segundo Jhonny Martins, do Serac, quando há excesso de mercadoria, o empresário é forçado a reduzir preços para se desfazer dos produtos, o que afeta diretamente a rentabilidade.
Conhecimento do cliente: fator-chave para a estratégia
Entenda a dor que sua empresa resolve
O sucesso de um negócio está diretamente ligado à sua capacidade de resolver um problema real do cliente. Isso significa:
- Conhecer o perfil do público-alvo (idade, renda, ocupação);
- Identificar o que o cliente busca e o que o incomoda;
- Oferecer uma solução clara e relevante.
“Razão social é o motivo pelo qual sua empresa existe. Não é só vender, é solucionar algo real para alguém.” — Jhonny Martins
Esse conhecimento orienta desde o desenvolvimento de produtos até o marketing e a abordagem de vendas.
Venda antes de tudo: a prioridade máxima
Faturamento é o motor da empresa
Sem vendas, não há receita. Sem receita, não há empresa. Segundo Jhonny Martins, é um erro comum querer estruturar toda a operação antes de vender. Ele recomenda:
- Validar a ideia com clientes reais;
- Fazer pré-vendas quando possível;
- Usar o retorno inicial para reinvestir no negócio.
Empresas que focam em vendas desde o início sobrevivem mais
Empresas bem-sucedidas compartilham uma característica em comum: priorizam as vendas. A estrutura pode ser ajustada ao longo do caminho, mas a entrada de recursos precisa ser constante desde o início.
Gestão e planejamento constante: diferencial competitivo
Acompanhe o mercado e atualize seus processos
Empresas que sobrevivem ao primeiro ano geralmente têm algo a mais: estão atentas às mudanças do mercado e são flexíveis para se adaptar. Isso envolve:
- Monitorar concorrentes;
- Investir em capacitação e conhecimento;
- Buscar consultorias especializadas (como Sebrae ou contadores experientes).
Segundo o Sebrae, negócios com mais planejamento e gestão ativa resistem mais às crises e têm mais chances de crescimento sustentável.
Conclusão: o controle financeiro como alicerce da sobrevivência
Evitar o fechamento de uma empresa no primeiro ano não depende apenas de uma boa ideia, mas de gestão financeira rigorosa e estratégica. Separar contas, controlar o fluxo de caixa, entender o cliente e focar nas vendas são atitudes simples, mas que exigem disciplina e constância.
O empreendedor que deseja longevidade para seu negócio precisa encarar as finanças não como um fardo, mas como uma ferramenta de poder e liberdade.
Imagem: GaudiLab / shutterstock.com