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Controle financeiro: o segredo para sua empresa não fechar no 1º ano

Aprenda a organizar suas finanças e salvar sua empresa da falência no 1º ano. Veja dicas práticas e comece hoje mesmo!

Uma em cada quatro empresas brasileiras fecha as portas antes de completar o primeiro ano de atividade. É o que mostra uma pesquisa do IBGE, que evidencia a fragilidade do ambiente de negócios para novos empreendedores no país.

Entre os principais fatores que levam ao encerramento precoce das atividades está a falta de controle financeiro. Sendo assim, acompanhe a leitura do artigo a seguir para se certificar que essa não seja a realidade da sua empresa.

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Importância da organização financeira desde o início

Empresa
Imagem: chayanuphol / Shutterstock.com

Separação das contas: o primeiro passo para a saúde do negócio

Misturar contas pessoais com as da empresa é um erro comum e fatal. Segundo especialistas, isso impede a análise precisa da saúde financeira do empreendimento. Ter uma conta bancária exclusiva para a empresa é essencial para:

  • Monitorar receitas e despesas reais do negócio;
  • Facilitar a conciliação bancária e o planejamento;
  • Evitar a retirada indevida de recursos da empresa.

Além disso, atualmente existem opções de contas empresariais isentas de tarifas, o que elimina o argumento do custo como barreira.

Planejamento é mais importante do que lucro imediato

Nos primeiros meses, é natural que o negócio ainda não gere lucro. A conquista de clientes e a consolidação no mercado exigem tempo e investimento. Adão Rocha, professor da Fadergs, reforça que o empreendedor deve estar preparado para operar sem lucro por até 10 meses, dependendo do segmento.

Para isso, é necessário um bom planejamento de capital de giro — a reserva que garante a cobertura dos custos fixos, como:

  • Aluguel;
  • Salários;
  • Contas de consumo;
  • Compra de insumos.

Dica prática: Calcule os custos mensais fixos e multiplique por no mínimo seis. Esse será o valor ideal da reserva de capital de giro ao iniciar as operações.

Fluxo de caixa: o termômetro da saúde financeira

Registre todas as movimentações financeiras

Ter controle sobre quanto entra e quanto sai da empresa diariamente é a base da gestão financeira. O fluxo de caixa permite:

  • Antecipar falta de recursos;
  • Planejar pagamentos e recebimentos;
  • Evitar surpresas com inadimplência ou gastos inesperados.

Segundo Giovanni Beviláqua, do Sebrae Nacional, o controle do fluxo de caixa deve ser diário e pode ser feito com:

  • Planilhas digitais;
  • Aplicativos de gestão financeira;
  • Softwares específicos de gestão empresarial.

Disciplina é a chave

Um dos maiores desafios do pequeno empresário é manter a disciplina nos registros. Adão Rocha alerta: “Se não fizer o lançamento, não tem o controle”. Evitar a procrastinação e criar o hábito diário de anotar cada movimentação é fundamental para manter a empresa sob controle.

Estoque bem gerenciado: evite prejuízos invisíveis

Controle de entrada e saída de produtos

Um estoque desorganizado pode esconder prejuízos significativos. Ter muito produto parado representa capital imobilizado, enquanto a falta de mercadoria impede vendas. O ideal é buscar o equilíbrio.

Além disso, o empreendedor deve monitorar:

  • Validade dos produtos (no caso de alimentos e perecíveis);
  • Giro de estoque (velocidade de reposição);
  • Compras baseadas em demanda real, não em estimativas vagas.

Perdas e queima de estoque reduzem a margem de lucro

Segundo Jhonny Martins, do Serac, quando há excesso de mercadoria, o empresário é forçado a reduzir preços para se desfazer dos produtos, o que afeta diretamente a rentabilidade.

Conhecimento do cliente: fator-chave para a estratégia

Entenda a dor que sua empresa resolve

O sucesso de um negócio está diretamente ligado à sua capacidade de resolver um problema real do cliente. Isso significa:

  • Conhecer o perfil do público-alvo (idade, renda, ocupação);
  • Identificar o que o cliente busca e o que o incomoda;
  • Oferecer uma solução clara e relevante.

“Razão social é o motivo pelo qual sua empresa existe. Não é só vender, é solucionar algo real para alguém.” — Jhonny Martins

Esse conhecimento orienta desde o desenvolvimento de produtos até o marketing e a abordagem de vendas.

Venda antes de tudo: a prioridade máxima

Faturamento é o motor da empresa

Sem vendas, não há receita. Sem receita, não há empresa. Segundo Jhonny Martins, é um erro comum querer estruturar toda a operação antes de vender. Ele recomenda:

  • Validar a ideia com clientes reais;
  • Fazer pré-vendas quando possível;
  • Usar o retorno inicial para reinvestir no negócio.

Empresas que focam em vendas desde o início sobrevivem mais

Empresas bem-sucedidas compartilham uma característica em comum: priorizam as vendas. A estrutura pode ser ajustada ao longo do caminho, mas a entrada de recursos precisa ser constante desde o início.

Gestão e planejamento constante: diferencial competitivo

Notas de R postas em cima de pilha de papeis representando dívidas
Imagem: rafastockbr / shutterstock.com

Acompanhe o mercado e atualize seus processos

Empresas que sobrevivem ao primeiro ano geralmente têm algo a mais: estão atentas às mudanças do mercado e são flexíveis para se adaptar. Isso envolve:

  • Monitorar concorrentes;
  • Investir em capacitação e conhecimento;
  • Buscar consultorias especializadas (como Sebrae ou contadores experientes).

Segundo o Sebrae, negócios com mais planejamento e gestão ativa resistem mais às crises e têm mais chances de crescimento sustentável.

Conclusão: o controle financeiro como alicerce da sobrevivência

Evitar o fechamento de uma empresa no primeiro ano não depende apenas de uma boa ideia, mas de gestão financeira rigorosa e estratégica. Separar contas, controlar o fluxo de caixa, entender o cliente e focar nas vendas são atitudes simples, mas que exigem disciplina e constância.

O empreendedor que deseja longevidade para seu negócio precisa encarar as finanças não como um fardo, mas como uma ferramenta de poder e liberdade.

Imagem: GaudiLab / shutterstock.com