Correios é condenado a pagar R$ 200 mil a advogado que teve Burnout
Conheça o caso do advogado dos Correios que desenvolveu Síndrome de Burnout e ganhou na justiça compensação de R$200 mil. Saiba mais sobre o veredicto.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos foi condenada a pagar uma indenização de R$ 200 mil. Isso ocorreu devido aos danos morais causados a um advogado que desenvolveu a Síndrome de Burnout, uma condição psicológica grave originada pelo esgotamento físico e mental intenso.
Muriel Carvalho Garcia Leal, o advogado afetado, atribui sua condição à carga de trabalho excessiva na empresa. Entenda mais sobre o caso a seguir.
A situação no Correios
Segundo Muriel, a sobrecarga de trabalho não era uma situação exclusiva dele, mas uma realidade enfrentada por todo o quadro de advogados da empresa. Esse ambiente estressante, ele alega, estava causando impactos negativos em todo o ambiente de trabalho.
Dessa forma, o advogado afirma que pediu afastamento do trabalho em 2021, quando estava cuidando de mil processos.
No entanto, ao retornar ao trabalho no ano seguinte, a carga de trabalho havia dobrado, com ele sendo responsável por 2 mil processos em duas semanas. “O burnout avassala a cabeça da pessoa. Eu me senti e fiquei incapacitado. Um advogado da maior estatal do Brasil adoecer por excesso de trabalho e não ter o respaldo da empresa, isso me causou sérios danos”, afirmou Muriel em declaração ao jornal Jota.
A decisão da justiça
José Antonio Ribeiro de Oliveira Silva, juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT15), determinou que a empresa deverá pagar uma pensão temporária, valor equivalente ao salário do advogado, referente aos meses em que ele esteve afastado em função da Síndrome de Burnout.
A saber, o juiz também ressaltou a necessidade de o Ministério Público do Trabalho (MPT) tomar conhecimento da denúncia realizada pelo advogado, especialmente para avaliar a sobrecarga de trabalho e seus efeitos nocivos sobre os demais empregados da empresa.
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O Correios, quando contatado para comentar o caso, limitou-se a afirmar que “o caso está sendo tratado em âmbito judicial”.
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