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Exploração similar à ESCRAVIDÃO de povos nativos acende alerta; entenda

Exploração em terra indígena com situação similar à escravidão de povos nativos acende alerta. Entenda a situação.

Nos últimos 16 anos, arrasta-se na Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) a situação da exploração de piaçaba em terras indígenas. O aproveitamento ilícito segue modelo de endividamento de povos nativos. Documentos do processo apontam ainda para situação similar à escravidão.

De acordo com reportagem da Folha, documentos obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação afirmam que a extração de piaçaba faz uso da superexploração de indígenas e de condições análogas a escravidão. Assim, siga a leitura para saber mais sobre a situação.

Extração da piaçaba tem indígenas em situação análoga à escravidão

A ocorrência de exploração de povos nativos na extração da fibra de palmeiras da Amazônia, usada para a fabricação de vassouras, possui registros desde o início das atividades, assim se acende o alerta. Diante disso, representantes de associações indígenas do médio rio Negro lutam pela demarcação da Terra Indígena Aracá-Padauiri. A área é vizinha do território demarcado Yanomami, o maior dentro do Brasil.

A busca pela demarcação das terras visa impedir a atuação do mercado de exploração de piaçaba dentro dessas regiões e, consequentemente, evitar o endividamento dos povos indígenas e o trabalho análogo à escravidão.

Exploração de povos nativos 

Os pedidos e esforços para que seja feita a delimitação da área atravessam sete governos sem respostas. Isso porque a demarcação das terras enfrenta uma oposição forte. Políticos de cidades vizinhas da região, empresários que comandam a exploração da piaçaba, além de empresários da pesca esportiva não tem interesse no controle do mercado de extração e no fim do trabalho análogo à escravidão.

Em meio a essa situação, o que se tem visto ao longo das décadas é a dinâmica de exploração e endividamento dos povos nativos. Os indígenas que percorrem longas distâncias até comunidades em afluentes do rio Negro buscam por mantimentos básicos em troca de mão de obra para extração da piaçaba.

Em 2011, a FOIR (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro) afirmou que a dinâmica de exploração dos patrões para com os indígenas era “o mesmo sistema de aviamento da borracha no século 19″. Em 2014, ações de resgates de trabalhadores em situação análoga à escravidão foram realizadas. 

Demarcação de terras

Em determinação, a Justiça Federal deu o prazo de 45 dias para que a Funai apresentasse um plano de delimitação das terras para que a demarcação acontecesse em até dois anos, ou seja, 2016. A determinação ainda não foi cumprida. Além disso, no governo Bolsonaro (PL), com o desmonte da Funai, a situação esteve praticamente parada. Até 2022 não houve registros de avanços nas demarcações.

Imagem: Daz Stock / shutterstock.com