Famosa empresa de bolos e panetones pede recuperação judicial

As empresas Village Cepam Indústria de Chocolates e a Cepam Comércio de Alimentos, ambas com sede em São Paulo, fundadas pela mesma família e respeitáveis no ramo alimentício, entraram com pedido de recuperação judicial no último dia 23. O valor acumulado de suas dívidas atinge a marca de R$ 73,4 milhões.

No relatório apresentado pelo advogado Otto Willy Gübel, do escritório Otto Gübel Sociedade de Advogados, consta que a pandemia de Covid-19 afetou a operação das empresas. Segundo Gübel, até então, elas não precisavam recorrer ao crédito bancário para manter a produção e pagar seus funcionários. Situação que mudou com a crise sanitária global.

Impacto da pandemia na Village

Em resposta à pandemia, as empresas adotaram os serviços de entrega por aplicativos. A ocasião exigiu a contratação de 50 motoboys e o pagamento de altas taxas para a utilização destas plataformas.

A defesa das empresas alega que o esforço para manter a demanda e proteger os empregos resultou em um cenário econômico-financeiro desfavorável. Obrigando-as a buscar assistência no mercado financeiro.

Em 2020, a Village, renomada na produção de ovos de Páscoa, enfrentou devoluções em massa devido à pandemia, resultando em uma queda significativa nas vendas, de R$ 32 milhões para R$ 16 milhões. Em 2022, pela primeira vez em 22 anos, a empresa optou por não fabricar ovos de chocolate devido ao aumento dos preços dos insumos.

Processo de recuperação judicial e próximos passos

Dessa maneira, caso a solicitação de recuperação judicial seja aprovada, as empresas terão um prazo crucial de 60 dias para apresentar um plano de recuperação. Durante esse período, todas as ações contra as empresas ficam suspensas por 180 dias, proporcionando uma janela de oportunidade para a reorganização financeira.

Veja também:

Bolsa Família: saque de R$ 600 retroativos começa em fevereiro! Veja quem tem direito

Ademais, a padaria Cepam enfrenta um cenário desafiador após o pedido de falência no ano anterior, desencadeando ações judiciais por parte de outros credores. O sucesso na recuperação judicial torna-se crucial não apenas para a estabilidade financeira das empresas envolvidas, mas também para preservar os empregos de cerca de 600 funcionários.