Seu Crédito Digital
O Seu Crédito Digital é um portal de conteúdo em finanças, com atualizações sobre crédito, cartões de crédito, bancos e fintechs.

Inflação de 12 meses chega a 10,25%; veja como a alta afeta a sua vida

Essa é a maior taxa anual desde fevereiro de 2016, quando ficou em 10,36%.

Após cinco anos, a inflação voltou ao patamar de 2 dígitos. E isso tem consequências diretas não só para o bolso do brasileiro, como nas perspectivas para o emprego, renda, crédito e crescimento da economia. Calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação chegou a 10,25% no acumulado em 12 meses. Essa é a maior taxa anual desde fevereiro de 2016, quando ficou em 10,36%.

Na contramão da inflação: veja quais serviços estão mais baratos na pandemia

Inflação de 12 meses chega a 10,25%

A inflação nada mais é do que a perda do valor do dinheiro. E o efeito mais imediato da disparada dos preços sem dúvida é o empobrecimento da população e o encolhimento da renda obtida. De acordo com o economista e professor da FIA e Saint Paul, Carlos Honorato, “é mais que uma barreira psicológica, é uma tragédia mesmo. Quando chegamos a uma inflação de dois dígitos, há uma pressão muito forte para reajustes e para indexação da economia”.

Enquanto isso, o economista Robson Gonçalves, professor do Instituto Superior de Administração e Economia da FGV, afirma: “em uma inflação desse tamanho, o consumidor não consegue mais substituir um bem por outro. E isso é a expressão mais clara do empobrecimento das famílias”. Ele continua ao citar que “as pessoas estão com dificuldade de comprar o básico porque estão pagando a energia elétrica mais cara, por exemplo”.

Ademais, é importante ressaltar que a inflação alta é ainda mais grave por conta do desemprego alto. Atualmente, a taxa de pessoas sem emprego ficou em 13,7% no trimestre encerrado em julho. “Um país que tem dois dígitos de desemprego e de inflação é porque tem outra causa provocando isso. Na raiz desse problema está a taxa de câmbio brasileira. O real é uma das moedas que mais se desvalorizou na pandemia”, diz Gonçalves.

Como a alta afeta a sua vida?

Só a gasolina representa 1,93 ponto percentual (p.p.), dos 10,25%. Ou seja, da taxa de 10,25%, quase 2% são só do combustível. Logo após, está a energia elétrica (1,25 p.p). Em seguida, estão as carnes (0,67 p.p.) e o gás de cozinha (90,38 p.p.). E todos eles, são itens extremamente influenciados pelo dólar.

Em suma, os mais pobres, que gastam a maior parte da renda com a compra de produtos básicos, são sempre os mais prejudicados pela alta da inflação.

“É um cenário de continuidade do arrocho. Vamos ter que aumentar os juros, o que irá diminuir o investimento e aumentar desemprego. Vai dificultar o crédito, o acesso à moradia, as taxas de financiamento imobiliário vão subir, e isso desestimula a construção civil, criando o ciclo vicioso de economia estagnada”, afirma Honorato.

Por fim, Honorato diz que a “inflação é uma forma de distribuição de renda ao contrário. Não se pode deixar a inflação sair do controle. Quando você vê carro velho virando investimento, temos um problema. Quando você compra um carro velho e vende ele mais caro, é um sinal claro de que a inflação está voltando forte”.

Enfim, quer saber mais sobre tudo o que acontece no mundo das finanças?

Então nos siga no canal do YouTube e em nossas redes sociais, como o Facebook, Twitter, Twitch e Instagram. Assim, você vai acompanhar tudo sobre bancos digitais, cartões de crédito, empréstimos, fintechs e matérias relacionadas ao mundo das finanças.

Imagem: VectorMine / Shutterstock.com