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Invasão da Ucrânia: especialistas apontam o que mudar nos investimentos

Após a confirmação da invasão russa na Ucrânia, os investidores buscam avaliar onde eles podem se posicionar agora. Segundo especialistas, o conflito pode elevar os preços de quatro classes de ativos de investimentos: ouro, dólar, commodities, bem como os papéis de renda fixa do Brasil, atrelados à inflação e à taxa do CDI.

Paralelo a isso, a recomendação principal é evitar realizar investimentos em ações e títulos de dívida ligados ao varejo, às companhias aéreas, bem como às empresas do setor imobiliário. É dito isso, pois esses setores são os que mais devem sofrer com a alta do dólar, o aumento dos preços e os juros maiores no Brasil e fora.

Invasão da Ucrânia: especialistas apontam o que mudar nos investimentos

Segundo a avaliação dos analistas Mark Haefele, Michael Bolliger e Vincent Heaney, do banco UBS, a situação entre os países da Rússia, da Ucrânia e todo o Ocidente evoluiu muito rápido. E assim, esse cenário reforma a necessidade de ter um portfólio diversificado de investimentos em geografias, setores e classes de ativos.

Abaixo, confira as 4 principais classes de ativos.

Commodities

Uma das apostas nos investimentos, são os commodities. Eles podem operar como uma “proteção geopolítica”, conforme os especialistas do UBS. Em relatório, eles afirmam que as preocupações são grandes, pois os russos são responsáveis por fornecer petróleo e gás natural, que são consumidos na Europa. Isso tudo sem contar, que a Rússia e Ucrânia fornecem trigo.

Diante do risco de interrupção de fornecimento dessas commodities, os analistas do UBS dizem que esses tipos de investimentos podem ofertar um retorno atrativo. Atualmente, há três ETFs de commodities negociados na B3: o It Now IMAT Fundo de Índice (MATB11), o BTG Pactual Teva Ações Commodities Brasil (CMDB11) e o Trend ETF LBMA Ouro (GOLD11).

O que os diferencia é que o MATB11 e o CMDB11 são investimentos em empresas que exploram matérias-primas. Enquanto isso, o GOLD11 investe em ouro. Além disso, é possível investir em empresas que se beneficiam em um cenário de valorização das commodities, ou alta do dólar. É o caso de Bradespar (BRAP4), Braskem (BRKM5), Enauta (ENAT3), Gerdau (GGBR4), Petrobras (PETR4), Raízen (RAIZ4), Celulose Irani (RANI3) e Usiminas (USIM5).

Investimentos em Dólar

Diante de um cenário de forte preocupação global, os investimentos em moedas podem ser uma boa opção. De acordo com os especialistas do UBS, a moeda americana tende a subir no caso de maior incerteza geopolítica ou sentimento de risco nos mercados financeiros.

Além disso, a política monetária mais agressiva do Federal Reserve (Fed), também pode ajudar neste cenário. Na visão dos especialistas, as 6 ou 7 altas de juros que podem ser feitas pelo Fed em 2022 devem levar a alta do dólar nos próximos meses.

Sendo assim, Roberto Motta, chefe da mesa de derivativos da Genial Investimentos, também defende que o momento é bom para aumentar a exposição ao dólar. “Quem não tem, precisa aproveitar essa janela. Vai fazendo aos poucos. Compra e torce pra cair mais, e comprar mais”, brinca. No momento de investir, uma das opções recomendadas são os fundos cambiais.

Investimentos em Ouro

O risco no mundo também pode levar a busca pelo ouro. A justificativa para isso seria uma possível queda nos juros ofertados pelos Treasuries, títulos do Tesouro americano.

De acordo com Jennie e Ferreira, da XP, a demanda de investidores por classes de ativos consideradas mais conversadoras elevaria muito, diante da piora da aversão ao risco. E isso, pode levar a uma queda de juros dos Treasuries.

Se isso se confirmar, pode haver um adicional no preço do ouro, que já vem aumentando com a escalada das tensões. Além disso, a Rússia tem 10% de todo o ouro do mundo. Logo, isso pode reduzir a oferta em um cenário no qual a demanda tende a aumentar, e assim, o ouro pode ser uma ótima opção de investimentos.

Renda fixa atrelada à inflação e ao CDI

Para conseguir controlar a alta dos preços, a postura dos bancos centrais ao redor do mundo teria que ser ainda mais firme sobre os juros. E no Brasil, a postura não seria diferente. Helena Veronese, economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, diz que a Selic teria que ser elevada ainda mais, e por mais tempo. E isso pode impactar muito, nos ativos de renda fixa.

Ou seja, os títulos prefixados, pós-fixados atrelados ao CDI e atrelados à inflação seriam ótimas opções de investimentos. Além disso, a preferência são por papéis de prazo mais curto, com vencimento até 2024.

Para Tomás Awad, sócio-fundador da 3R Investimentos, o investidor deve evitar opções ligadas ao setor de varejo e imobiliárias. É dito isso, pois eles devem ser o mais prejudicados em um cenário de juros altos e crescimento baixo no Brasil.

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Imagem: xbrchx / Shutterstock.com