Tesouro RendA+: entenda novo título do Tesouro Direto!
O RendA+ é novo título da plataforma do Tesouro Direto lançado pelo Governo Federal e que começa a ser comercializado em dia 30 de janeiro
O Governo Federal lançou no final de 2022 um novo título em sua plataforma do Tesouro Direto. Trata-se do RendA+. Seu nome é provocativo por si só, pois causa curiosidade em saber o que é, como funciona e ao que se destina.
Analisando mais profundamente, é possível perceber que se trata de uma aplicação financeira interessante. Seus aspectos são únicos no mercado financeiro e é possível que o mercado de títulos privados até copie seu modelo de atuação. Quem sabe, não é mesmo?
Siga no texto para compreender melhor do que se trata o RendA+ e saiba se ele se encaixa em seu perfil de investimentos.
Boa leitura!
RendA+: como funciona?
O RendA+ é um novo título da plataforma do Tesouro Direto lançado pelo Governo Federal e que estará disponível para comercialização a partir do dia 30 de janeiro.
Inicialmente, haverá a oferta de oito tipos de títulos diferentes, cada um de acordo com sua data de vencimento indicados na tabela abaixo.
Seu objetivo é servir como um complemento à previdência, de modo que o seu proprietário tenha uma renda maior quando chegar a época de usufruir do investimento feito.
Devido às suas características, o RendA+ é um produto diferenciado no mercado financeiro. Conforme veremos a seguir, nenhuma outra aplicação tem um modelo de funcionamento tal qual esse título do Governo.
Características
Conforme mencionado, o RendA+ é um título financeiro com características voltadas para a aposentadoria. Ou seja, seu funcionamento diz respeito ao recebimento de renda após a fase de trabalho da vida de um indivíduo terminar.
No entanto, essa programação varia de pessoa para pessoa. Não há problemas se alguém desejar receber o dinheiro enquanto ainda trabalha. Mas há de se notar que quanto mais tempo de contribuição houver, maior será a renda recebida.
Independentemente disso, todos os valores investidos nesses títulos obedecem à mesma mecânica de funcionamento.
Após o vencimento do papel, o dono do RendA+ em questão recebe o valor acumulado até então ao longo de 20 anos, ou seja, em 240 parcelas consecutivas.
É dessa forma que sua principal característica fica evidenciada, a de que se trata de um investimento financeiro voltado à aposentadoria.
Além disso, trata-se de uma aplicação extremamente acessível, pois é possível fazer investimentos a partir de apenas R$ 30,00.
O valor investido obedecerá a um índice de remuneração prefixado acrescido do IPCA, ou seja, da inflação.
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O RendA+ serve para substituir a previdência?
Essa é uma discussão que vale a pena fazer para ter um entendimento mais amplo sobre o objetivo do RendA+.
Sua criação se deu com a ideia inicial de ser um complemento à previdência, e não exatamente para ser um substituto.
Quando fazemos uma abordagem neste sentido, estamos nos referindo à previdência oficial, o INSS.
Sabendo que há diversos benefícios dentro da previdência oficial (como auxílio-doença e licença maternidade), não há como colocar o RendA+ como um substituto.
Assim, seguindo essa linha de raciocínio, é melhor encarar o RendA+ como uma forma de planejar a aposentadoria para receber mais dinheiro, baseado no padrão de vida que se tem atualmente.
Seria como fazer uma previdência privada para fins de complementação.
Quais são as vantagens?
É possível elencar uma série de benefícios desse novo título recém-lançado pelo Governo Federal, a começar pela baixa barreira de entrada.
Com apenas R$ 30,00 para começar, praticamente qualquer brasileiro ou brasileira pode aderir ao investimento e planejar o recebimento de recursos no futuro.
Conforme mostrado na tabela anterior, há títulos com vencimento já em 2030.
No entanto, vale sempre lembrar que os valores recebidos após o vencimento do papel serão sempre maiores a depender dos valores aportados e do tempo até o início dos recebimentos.
Outro benefício considerável ao longo do tempo é a isenção da taxa de custódia cobrada pela B3, a Bolsa de Valores Brasileira.
Inicialmente pode não parecer relevante, mas considerando que é um investimento de longo prazo, o resultado será impactado ao final.
Além disso, o papel é corrigido pela inflação, tanto durante a fase de acumulação (quando o investidor está fazendo os aportes) como quando na fase de recebimento dos valores.
Levando para o aspecto prático, isso quer dizer que os rendimentos sempre se dão no formato real, ou seja, acima da inflação. Esse mecanismo conserva o poder de compra do investimento ao longo do tempo.
Por fim, vale ressaltar que apesar de cada título ter uma data certa para começar seu pagamento, o investidor pode realizar o resgate antecipado e isso pode se dar já a partir de 60 dias contados de quando o investimento foi feito.
No entanto, incide uma taxa conforme a tabela abaixo.
Fonte: Governo Federal
De que forma é possível fazer uma programação de recebimentos com o RendA+?
De fato, não existe uma maneira 100% precisa de fazer um cálculo de quanto será recebido no futuro aplicando no RendA+ e a razão disso é que ele sempre está atrelado a um indicador financeiro (nesse caso, a inflação).
Como ela é variável, o título pode render mais ou menos, a depender de como está o nível do IPCA em um dado momento.
No entanto, considerando o rendimento real, ou seja, aquele acima da inflação, é possível sim ter uma previsão orçamentária para complemento de renda da previdência.
Para isso, basta fazer uma programação relacionando o valor a ser investido mensalmente ao longo do tempo e o título escolhido, baseado em seu vencimento. Quando ele chegar, o investidor terá seu dinheiro recebido em 240 parcelas, ou seja, 20 anos.
Ainda assim, esse valor nunca será fixo, e isso é bom. A razão disso acontecer é que o saldo remanescente continua sofrendo correção da inflação e o poder de compra do investimento continua sendo preservado, mesmo na fase de desfrute da aplicação.
Vale lembrar que caso o titular do investimento venha a óbito, os valores investidos no papel passarão a ser de titularidade dos herdeiros legais, que poderão vender o título no mercado secundário e obter a quantia acumulada.
Por fim, os valores recebidos ou resgatados antecipadamente sofrem incidência de imposto de renda na fonte, obedecendo à tabela da tributação sobre a renda fixa.
Assim, se o resgate se der em até 180 dias, o recolhimento será de 22,50% sobre o lucro. Já se for entre 180 dias e 360, será de 20%. Entre 361 e 720 dias, 17,50%. Acima disso, a tributação sempre será de 15% do rendimento da aplicação.
Imagem: Brenda Rocha – Blossom / shutterstock.com