Paulo Guedes é acusado de ter empresa em paraíso fiscal
Ministro diz que sua atuação anterior ao cargo atual foi declarada para a Receita Federal e aos demais órgãos competentes.
De acordo com a Revista Piauí, o ministro da Economia Paulo Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estão sendo acusados de ter envolvimento com empresas em paraísos fiscais. A informação veio à tona através de veículos que fazem parte do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), como parte dos Pandora Papers.
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Paulo Guedes é acusado de ter empresa em paraíso fiscal
De acordo com a reportagem da Piauí, a revista procurou Guedes duas vezes e ele se manifestou por meio de uma nota. Em suma, o ministro disse que a sua atuação anterior ao cargo atual foi declarada para a Receita Federal e aos demais órgãos competentes.
Em 25 de setembro de 2014, Paulo Guedes fundou a Dreadnoughts International, uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe. Posterior a isso, Guedes aportou na conta da offshore aberta no banco Crédit Suisse a quantia de US$ 9,5 milhões (atuais R$ 51 milhões).
Em suma, abrir uma empresa offshore não é ilegal no Brasil, desde que a pessoa não seja um servidor público. O artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal proíbe os funcionários do alto escalão de manter aplicações financeiras, no Brasil ou no exterior. Isso ocorre porque essas empresas podem sofrer influência de políticas do governo. A proibição se refere àquelas sobre as quais “a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função”.
Já em janeiro de 2019, 5 anos após abrir a empresa offshore, Guedes assumiu como ministro da Economia. Ademais, sob a sua responsabilidade, está uma grande quantidade de decisões que podem afetar os seus próprios investimentos no exterior; em especial, beneficiá-los.
Por fim, vale ressaltar que, por conta da alta de 39% da taxa de câmbio desde que virou ministro, os US$ 9,55 milhões de Guedes guardados na empresa offshore tiveram uma valorização estrondosa em reais: um ganho de R$ 14,5 milhões a mais do que valiam antes de ele assumir o cargo.
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Imagem: A.RICARDO / Shutterstock.com
