Para evitar golpes, Pix pode ter limitação flexível de horários
O Banco Central cria um bloqueio de horários para transferências, limitação de valores, e até a escolha de destinatários
Na última sexta-feira (27), o Banco Central (BC) anunciou novas mudanças no Pix. Em suma, o BC cria um bloqueio de horários para transferências, limitação de valores, e até a escolha de destinatários. Dessa forma, o BC busca melhorar e reforçar a segurança do sistema de pagamentos.
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Para evitar golpes, Pix pode ter limitação flexível de horários
A meta da instituição é barrar as fraudes e os roubos criminosos que usam o Pix em contravenções bancárias. Assim, o usuário vai poder escolher, por exemplo, os limites e horários diferentes para fazer as transferências. Dentre as mudanças, está o limite de R$ 1 mil em transações durante o dia.
De acordo com o presidente do BC, Roberto Campo Neto, “Temos seguranças que os valores de transações [Pix] são, majoritariamente, abaixo de R$ 1000. Então, a intervenção protege o patrimônio das pessoas, não diminui usabilidade e desincentiva crimes como sequestro relâmpago”.
Além disso, a instituição vai por restrições para proteger clientes que fazem os chamados TEDs: as instituições não podem acolher TEDs de várias titularidades entre as pessoas físicas e MEIs, entre 20h e 6h do dia seguinte. O agendamento é feito para o dia seguinte e o usuário pode cancelar.
Segundo Campos Neto, “Se você sofrer sequestro relâmpago 2h30 da manhã e o criminoso te impuser que você faça uma TED, você não pode cancelar essa TED e constará a partir da entrada das informações às 4h. Logo, todas as TEDs nesses horários precisarão ser agendadas para o dia seguinte”.
Campos Neto ainda destaca que os crimes bancários já eram comuns com as demais modalidades de transferência, como o TED e DOC. E agora, também há os crimes em cima do Pix. O cliente vai ter que fazer as escolhas das medidas de segurança.
Veja o que muda:
- As operações entre pessoas físicas ficam limitadas em R$ 1.000 (incluindo MEIs) das 20h às 6h. Inclusive as transferências intrabancárias, os cartões de débito e a liquidação de TEDs;
- Além disso, vai haver um prazo mínimo de 24 horas e máximo de 48 horas para a efetivação de pedido de aumento do limite de transações, feito por canal digital;
- O cliente vai poder estabelecer os limites transacionais diferentes no Pix para os períodos diurno e noturno;
- As instituições vão poder ofertar a funcionalidade que permite ao usuário cadastrar contas que podem receber Pix acima dos limites estabelecidos;
- Haverá um prazo mínimo de 24h para que o cadastramento prévio de contas por canal digital produza efeitos;
- Os participantes do Pix vão poder reter uma transação por 30 minutos durante o dia ou por 60 minutos durante a noite para a análise de risco da operação;
- Além disso, passa a ser permitida as consultas ao DICT para nutrir os sistemas de prevenção à fraude das instituições;
- Os usuários do Pix vão poder adotar controles adicionais em relação a transações envolvendo contas marcadas no DICT;
- O usuário de arranjos de pagamentos eletrônicos vai poder compartilhar com as autoridades de segurança pública, as informações sobre transações suspeitas;
- As instituições reguladas vão ser obrigadas a adotar controles adicionais sobre fraudes, com reporte os conselhos reguladores, bem como avisar o Banco Central sobre tudo;
- Por fim, o histórico comportamental e de crédito vai ser obrigatório para que as empresas possam antecipar os recebíveis de cartões com pagamento no mesmo dia.
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Imagem: RoberioJr / shutterstock.com