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Queda da Selic não faz os maiores bancos do Brasil baixarem os juros; entenda

Entenda por que, mesmo com a queda da Selic, as taxas de juros dos maiores bancos do Brasil permanecem praticamente inalteradas.

Apesar da trajetória de queda da taxa básica de juros — a chamada Selic — da economia e da diminuição da inadimplência das famílias, as taxas de juros cobradas pelos financiamentos ao consumidor nos maiores bancos do Brasil permanecem praticamente estáveis.

A seguir, vamos investigar as razões por trás dessa aparente desconexão entre os movimentos da Selic e as taxas de juros bancárias. Vale ressaltar que o foco desse debate está nos impactos para os consumidores.

Queda da Selic e taxas de juros pouco alteradas

Dois cubos de madeira com símbolo de percentual de setas em vermelho e verde, simbolizando as taxas de juro selic
Imagem: Jo Panuwat D / shutterstock.com – Edição: Seu Crédito Digital

Um levantamento da Fundação Procon de São Paulo revelou que, em fevereiro, a taxa média cobrada no empréstimo pessoal pelos seis maiores bancos comerciais do país foi de 7,94% ao mês.

Ou seja, a redução mínima foi de apenas 0,01 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Influência da taxa Selic e da inadimplência

Embora a taxa Selic tenha atingido o patamar de 11,25% ao ano, após cinco cortes consecutivos, essa redução não se refletiu diretamente nas taxas de juros cobradas pelos bancos. Quem continua insatisfeito, portanto, é o consumidor.

Ainda assim, apenas dois dos seis bancos pesquisados reduziram suas taxas de empréstimo pessoal em fevereiro, e de forma mínima. Isso se deve, em parte, ao elevado nível de inadimplência em linhas de crédito de maior risco, como o cheque especial e o empréstimo pessoal.

Compensação do risco pelas instituições financeiras

Segundo a análise de especialistas, as taxas de juros ao consumidor permanecem estáveis por um motivo.

Estamos falando da necessidade dos bancos de compensar o risco representado pela inadimplência nessas linhas de crédito.

Relação entre queda da Selic e taxas de juros

O ciclo de queda dos juros na ponta não acompanha diretamente o movimento da taxa Selic em linhas de maior risco, como o cheque especial e o empréstimo pessoal.

Enquanto a queda da Selic reduz o custo de captação dos bancos, a inadimplência representa um fator determinante na definição das taxas de juros ao consumidor. Isso resulta em uma relação mais direta nos financiamentos com garantias reais.

Impacto para os consumidores

A manutenção das taxas de juros em níveis elevados pelos maiores bancos do Brasil dificulta o acesso ao crédito para os consumidores, especialmente aqueles que dependem de linhas de crédito de maior risco.

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Assim, a falta de alinhamento entre a queda da Selic e as taxas de juros bancárias evidencia os desafios enfrentados pelo sistema financeiro na gestão do risco de inadimplência.

Imagem: rafastockbr / Shutterstock.com