Rendimento financeiro dos brasileiros é o pior da última década
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Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou uma pesquisa sobre o rendimento financeiro médio dos brasileiros em 2021. Os dados apontaram R$ 1.353, o menor valor desde 2012, primeiro ano do estudo. Esse resultado tem influência de diversos fatores, mas o principal deles, é a crise econômica agravada pela pandemia de Covid-19.
A análise é baseada na Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad) Contínua Rendimento que adota como referência o rendimento dos brasileiros a cada mês e ao final do ano calcula a média. Os valores são ajustados juntamente com a inflação do período.
Sobre a pesquisa
O levantamento considera os rendimentos obtidos de trabalhos, aluguel e arrendamento, aposentadoria e pensão, doação e mesada, pensão alimentícia, dentre outros.
Como é calculada a média, são incluídos brasileiros que recebem mais, menos e até mesmo aqueles que não têm rendimento algum. De acordo com os resultados, os cidadãos estão recebendo menos e um menor número obtêm rendimento mensal. O percentual de brasileiros com rendimento caiu de 61% em 2020 para 59,8% em 2021.
Quando considerados apenas os que possuem rendimento, a média mensal obtida foi de R$ 2.265, a menor da série histórica. Os brasileiros que recebem aposentadoria e pensão foram os mais afetados, com o valor de R$ 1.959 em média.
Rendimento de trabalho
A participação do trabalho na composição dos proventos cresceu de 72,8% em 2020 para 75,3% em 2021. Entretanto, a massa de rendimento real de todos os trabalhos apresentou redução de 3,1%, passou de R$ 223 bilhões para R$ 216 bilhões no período analisado.
Segundo analistas da pesquisa, a pandemia causou forte impacto no mercado de trabalho que ainda busca retomar o seu ritmo pré-pandemia. Para eles, a inflação é um fator importante que repercutiu nos rendimentos. Em 2021, ano do estudo mais recente, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) – marcador oficial da inflação do país – foi de 10,06%, a maior taxa desde 2015.
Auxílio Emergencial
A pesquisa do IBGE também apontou que o percentual de domicílios que recebem algum recurso de programas sociais, como o auxílio emergencial fornecido pelo governo federal, apresentou queda de 8,3%.
Para analistas, o recurso oferecido pelo governo serviu apenas naquele momento para impedir que a renda caísse tanto em 2020. Com o fim do auxílio, então, a desigualdade voltou ao padrão habitual.
Por fim, os dados apontam também que a queda do rendimento mensal foi mais acentuada entre as classes mais baixas.
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Imagem: Prostock-studio / Shutterstock.com
