Sindicato dos Bancários se manifesta contra nova terceirização no Itaú e faz cobranças
Confronto entre Sindicato dos Bancários e Itaú sobre terceirização de departamento. Com lucro bilionário, banco provoca polêmica. Saiba mais
O banco Itaú, figura de destaque no cenário financeiro brasileiro, surpreendeu os trabalhadores com o anúncio da terceirização da Central de Gerentes, localizada no CTO, em São Paulo. Esse movimento faz parte de uma série de mudanças que têm ocasionado a precarização das relações de trabalho na instituição.
Diante disso, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, se posicionou contrário a essa prática e busca soluções para os aproximadamente 200 trabalhadores afetados.
Quais as ações do Sindicato diante da terceirização?
Segundo a instituição, o Itaú fechou o primeiro semestre deste ano com um lucro de R$ 17,2 bilhões. Isso representa um crescimento de 14,2% quando comparado ao mesmo período de 2022. Mesmo diante desse cenário positivo, persistem as tentativas de terceirização, que podem resultar na perda de direitos dos trabalhadores e disparar a lucratividade do banco ainda mais.
O sindicato tem atuado na defesa dos trabalhadores, amenizando os impactos da terceirização. De acordo com Sergio Lopes, dirigente da organização, o objetivo é que todos os bancários sejam devidamente realocados. O sindicato também cobra do Itaú justificativas para a continuidade da precarização das relações de trabalho.
O que o banco tem a dizer sobre o processo?
De acordo com Valeska Pincovai, secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato e também bancária do Itaú, o banco alega manter o número de vagas e que realiza novas contratações, inclusive em agências bancárias. No entanto, essa postura contradiz a realidade vivenciada por muitos, que relatam um ambiente adoecedor, falta de funcionários e sobrecarga de trabalho.
A terceirização é realmente prejudicial?
A prática de terceirização, sobretudo em uma atividade-fim de uma empresa, é vista com ressalvas pelos especialistas e trabalhadores. Conforme apontado em um estudo da CUT, realizado com o Dieese, os terceirizados recebem, em média, 25% menos que os empregados diretos. No setor bancário, porém, essa diferença pode chegar a 70%.
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Além disso, a terceirização é, ainda, uma maneira das instituições bancárias enfraquecerem a categoria, pois o trabalhador terceirizado deixa de ser bancário e perde os direitos previstos na Convenção Coletiva dos Bancários. “Afinal, o bancário de hoje pode ser o terceirizado de amanhã”, alerta Lopes.
Imagem: ArtemisDiana/shutteratock.com