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Julgamento do STF discute responsabilidade das redes sociais

O STF retoma julgamento decisivo sobre o Artigo 19 do Marco Civil da Internet, discutindo se redes sociais devem ser responsabilizadas.

O STF retoma nesta quarta-feira (25) o julgamento que pode redefinir as regras sobre a responsabilidade das redes sociais por publicações ilegais de usuários. Em pauta, está a possibilidade de responsabilizar juridicamente as redes sociais por conteúdos ilícitos gerados por usuários.

O que está em jogo?

Redes sociais STF
Imagem: Antlii / Shutterstock.com

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A maioria dos ministros do STF considera o artigo inconstitucional, por entender que transfere indevidamente aos usuários o ônus de judicializar conteúdos ofensivos e ilegais. Para esses magistrados, as plataformas devem ter responsabilidade ativa na moderação de seus espaços, especialmente quando notificadas extrajudicialmente sobre abusos.

Argumentos dos ministros: divergências e consensos

A maioria dos ministros do STF defende mudanças no Artigo 19 do Marco Civil da Internet, permitindo a responsabilização das redes sociais por conteúdos ilegais, inclusive com remoção via notificação extrajudicial. Flávio Dino, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Zanin, Fux, Toffoli e Barroso consideram que as plataformas devem ter um papel mais ativo na moderação.

O único voto contrário foi de André Mendonça, que defende a manutenção das regras atuais, com retirada de conteúdo apenas após decisão judicial, para evitar riscos à liberdade de expressão e à censura privada.

A tese jurídica ainda está pendente

Apesar da maioria formada, o julgamento ainda não resultou na formulação de uma tese jurídica, etapa essencial para consolidar a orientação da Corte. A tese irá definir como as plataformas deverão proceder diante de conteúdos ilegais: se a retirada será obrigatória após notificação extrajudicial, se dependerá sempre de decisão judicial ou se haverá um regime misto, conforme a gravidade do conteúdo.

Impactos para o ecossistema digital brasileiro

A decisão do STF deverá balizar o comportamento das redes sociais e demais plataformas digitais no Brasil. A eventual declaração de inconstitucionalidade do Artigo 19 abrirá caminho para um novo modelo de regulação, mais proativo, em que as empresas deverão adotar medidas eficazes de moderação e combate a conteúdos ilícitos.

Liberdade de expressão versus responsabilização

redes sociais STF
Imagem: Twin Design / Shutterstock.com

O equilíbrio necessário

O ponto de tensão central do julgamento é o equilíbrio entre a liberdade de expressão e a responsabilização das plataformas. O Artigo 19 foi originalmente pensado para proteger a manifestação livre de ideias, evitando que empresas privadas decidam o que pode ou não circular na rede. Por outro lado, a ascensão de discursos de ódio, fake news e ataques à democracia tem ampliado a pressão para que as plataformas sejam responsabilizadas de maneira mais célere e eficaz.

Contexto global

A discussão no STF segue uma tendência internacional. União Europeia, Estados Unidos e outros países vêm avançando em legislações que impõem obrigações mais rígidas às plataformas, especialmente no combate à desinformação e à incitação à violência.

Perguntas frequentes (FAQ)

O que é o Artigo 19 do Marco Civil da Internet?
É o dispositivo legal que determina que as plataformas só são responsáveis por conteúdos ilegais se não cumprirem ordem judicial para removê-los.

O STF já decidiu sobre a constitucionalidade do Artigo 19?
Ainda não. Embora a maioria dos ministros tenha votado pela inconstitucionalidade, o julgamento segue em aberto até a formulação da tese jurídica.

O que muda para os usuários?
Com a eventual responsabilização direta das plataformas, usuários poderão ter seus pedidos atendidos de forma mais ágil, sem depender necessariamente do Judiciário.

Considerações finais

Com a retomada do julgamento, espera-se que o STF finalize a votação dos três ministros restantes e elabore a tese que orientará os tribunais em casos semelhantes. O impacto poderá ser imediato, alterando a forma como usuários, vítimas, empresas e o próprio Judiciário lidam com conteúdos ilegais na internet.