Trabalhador que recebe a partir de um salário mínimo e meio vai ter que declarar IRPF
Em 2023, aqueles que recebem salário equivalente a um salário mínimo e meio devem começar a pagar o Imposto de Renda.
Com o reajuste do salário mínimo para R$ 1.302, trabalhadores que recebem a partir de um salário mínimo e meio devem, a partir desse ano, começar a pagar o Imposto de Renda.
Desde 2016, a faixa de isenção do Imposto de Renda está em R$ 1.903,98. Por isso, aqueles que recebem valor igual ou superior a esse, terão de realizar o pagamento.
Quem recebe um salário mínimo e meio deve começar a pagar Imposto de Renda em 2023
Caso a isenção fosse atualizada proporcionalmente ao salário mínimo vigente deste ano, cerca de 13 milhões de pessoas não teriam mais que declarar IR.
Entretanto, seriam R$ 101,6 bilhões a menos por ano de arrecadação do governo, o que poderia impactar negativamente estados e municípios, já que boa parte do valor faturado no IR é destinado às prefeituras brasileiras e aos governadores.
Se a tabela de isenção estivesse proporcional à inflação do país, atualmente, seu valor seria de R$ 4.683,95. A defasagem é grande e o ideal seria encontrar alternativas que suprissem a renúncia fiscal.
Segundo o vice-presidente do Sindifisco Nacional, Tiago Barbosa:
“Nossa constituição defende o princípio da capacidade contributiva, que significa que quem ganha mais deve pagar mais imposto. A falta de correção da tabela é uma maneira de aumentar a tributação para os mais pobres. Para corrigir esse problema e não causar danos ao já deficitário orçamento, o ideal seria adotarmos medidas progressivas, como a volta da taxação de lucros e dividendos. Atualmente, temos empregados pagando mais imposto proporcionalmente que o dono da empresa, algo que aprofunda diretamente a desigualdade social”.
Lula prometeu elevar a faixa de isenção do IR
Durante sua campanha, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prometeu que elevaria a isenção do Imposto de Renda para aqueles que recebem até R$ 5 mil de salário.
De acordo com o novo governo, porém, esse não é um assunto que deve ser discutido e concretizado ainda esse ano. Segundo novos ministros, o assunto é de fato uma pauta para o mandato, mas não deve sofrer alterações em 2023.
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