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Qual é a composição de uma cesta básica?

Os produtos da cesta básica são compostos de uma seleção de produtos considerados indispensáveis à subsistência humana

A cesta básica é um conjunto de produtos alimentícios considerados essenciais para o consumo humano. Por conta disso, ela é composta por itens de primeira necessidade, como arroz, feijão, açúcar e farinha. 

Dessa forma, a pesquisa da cesta básica é considerada um importante indicador da qualidade de vida da população. 

Ela nos mostra o quanto as pessoas estão gastando para se alimentar e quais produtos estão sendo consumidos. 

Itens para subsistência

Como visto, a cesta básica é uma seleção de produtos considerados indispensáveis para a subsistência humana. 

Por esse motivo, ela serve como um importante indicador que o governo usa para medir os preços de itens essenciais como alimentos, produtos de limpeza e de higiene pessoal. 

A partir de então, o governo usa essas informações para entender como os preços mudam ao longo do tempo, especialmente durante os períodos de inflação em alta

No Brasil, a pesquisa da cesta básica é feita por diversos órgãos. 

No entanto, o estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) é um dos mais relevantes.

A metodologia utilizada pelo Dieese para a pesquisa da cesta básica nacional foi estabelecida com base no Decreto Lei no 399, de 30 de abril de 1938.

Essa legislação foi a responsável por instituir e regulamentar o salário mínimo no Brasil

Assim, ao definir qual seria o salário mínimo que o trabalhador teria direito, o decreto apresentou também uma lista composta por 13 alimentos que deveriam ser suficientes para o sustento e bem estar de um trabalhador em idade adulta.

A essa cesta de produtos foi dado o nome de Cesta Básica Nacional.

Apesar de os bens e as quantidades estipuladas serem diferenciados por região, todos eles devem prezar em oferecer quantidades balanceadas de proteínas, calorias, ferro, cálcio e fósforo. 

Quais são os produtos que compõem a cesta básica?

A cesta básica é uma composição de alimentos necessários para uma dieta saudável e equilibrada de uma pessoa adulta. Esses itens são utilizados para avaliar o custo de vida real das pessoas. 

Em regra, esta seleção de produtos pode diferir de acordo com a região do país ou até mesmo entre os órgãos de pesquisa. No entanto, alguns itens básicos da cesta incluem:

  • arroz
  • açúcar
  • óleo vegetal
  • feijão
  • leite
  • macarrão
  • farinha de trigo

Também pode haver outros itens variáveis, como legumes, laticínios, frango, carne e  frutas frescas.

Outros produtos podem variar de acordo com a disponibilidade local. Entretanto, seja qual for a escolha, os itens incluídos na cesta básica devem garantir o aporte de nutrientes como proteínas, vitaminas e minerais. 

Por que a cesta básica é um indicador importante?

A pesquisa mensal sobre a evolução dos preços da cesta básica é considerada um termômetro importante para analisar o desempenho da economia.

Quando a economia está aquecida, os preços da cesta básica tendem a subir. 

Do mesmo modo, uma queda no preço dos produtos pode sinalizar uma desaceleração econômica. 

Nesse contexto, o governo usa as informações sobre a cesta básica para avaliar o cenário macroeconômico e dar respostas diretas às oscilações de preços desnecessários. 

Vale destacar ainda que, conforme determinação legal, o salário mínimo deveria ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Ademais, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas

Em novembro de 2022, por exemplo, o salário mínimo necessário deveria ter sido de R$ 6.575,30, ou 5,43 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.212,00. 

Uma mês antes, o valor necessário era de R$ 6.458,86 e correspondia a 5,33 vezes o piso mínimo. 

Enquanto isso, um ano antes, o valor do mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 5.969,17, ou 5,43 vezes o seu valor, que era de R$ 1.100,00.

Neste artigo trazemos a comparação do salário mínimo brasileiro em relação a outros países!

Qual o valor médio da cesta básica no Brasil?

O custo da cesta básica pode variar bastante de acordo com a região. As cidades do Norte e Nordeste, por exemplo, tendem a ter os preços mais baixos, enquanto as cidades do Sul e Sudeste são um pouco mais caras. 

Além disso, o valor da cesta básica também pode sofrer variações em função da inflação.

Conforme dados do Dieese, entre outubro e novembro de 2022, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 12 das 17 capitais onde a pesquisa foi realizada.

As altas mais expressivas ocorreram em Belo Horizonte (4,68%), Florianópolis (2,96%), São Paulo (2,69%) e Goiânia (2,03%).

De acordo com a pesquisa, as reduções ocorreram em algumas cidades do Norte e do Nordeste: Salvador (-2,12%), João Pessoa (-1,28%), Recife (-1,27%), Natal (-1,12%) e Aracaju (-0,69%).

CidadeTotal da cesta
Brasília R$ 712,20
Campo GrandeR$ 738,53
GoiâniaR$ 689,49
Belo HorizonteR$ 693,37
Rio de JaneiroR$ 749,25
São PauloR$ 782,68
VitóriaR$ 713,57
CuritibaR$ 709,84
FlorianópolisR$ 776,14
Porto AlegreR$ 781,52
BelémR$ 624,29
AracajuR$ 511,97
FortalezaR$ 630,67
João PessoaR$ 552,43
NatalR$ 566,95
RecifeR$ 551,30
SalvadorR$ 550,67
Fonte: Dieese

Peso sobre orçamento

Conforme o valor do salário mínimo, é possível afirmar que o preço médio da cesta básica em qualquer das cidades analisadas exerce grande peso sobre o orçamento familiar de famílias de baixa renda.

Com isso, fica evidente que o custo médio da cesta básica no Brasil é alto e, em todos os casos, ultrapassa o limite de 30% – o ideal para que o orçamento familiar não seja comprometido.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, em novembro de 2022, 59,47% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos – mais do que um mês antes, quando precisou usar 58,78%. 

Em novembro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 58,95%.

Inflação x cesta básica

Portanto, como vimos, a cesta básica é usada para monitorar o custo de vida e o nível de estabilidade dos preços para aqueles que compram esses bens no mercado.

Muitas vezes, os preços desses alimentos são acompanhados para medir se o gasto com a alimentação das famílias está subindo ou caindo. 

Dessa forma, isso é importante para o governo avaliar o impacto na economia. Quando os preços sobem, isso pode ser sinal de hiperinflação, o que significa que essas famílias ficam com menos dinheiro. 

Por outro lado, quando os preços caem é sinal de estabilidade dos preços ou até mesmo de desaquecimento econômico. 

Nesse ambiente, o governo monitora a cesta básica para que assim possa entender como a inflação está afetando as famílias.

Sendo assim, a pesquisa da cesta básica pode ser usada como índice de referência para ajudar a definir planos de ajuste monetário e políticas de estabilização com os objetivos de frear a hiperinflação. 

E, por fim, ela também pode auxiliar governos a conhecer melhor o custo de vida na região.

Foto: Freepik