Como as finanças podem afetar sua saúde emocional? Dicas para solucionar
Segundo pesquisas, 78% dos brasileiros endividados sofrem ansiedade
Quem fica feliz estando endividado? Ninguém, não é mesmo?! É notório os impactos emocionais causados por uma má gestão orçamentária.
O psicanalista alemão, Abraham Karl, afirma em seu livro The spending of money in anxiety states que “a falta de dinheiro pode ser vista como ameaça à própria segurança do indivíduo e pode vir a contribuir para o desenvolvimento de depressão e sensação de tristeza.”
Confira neste artigo como as finanças podem afetar a sua saúde mental e descubra algumas dicas para solucionar o problema.
Transtornos emocionais causados pelo endividamento
As perdas advindas da inadimplência vão além da área econômica e afetam diretamente a saúde emocional.
O estresse é algo presente na vida de um devedor e, consequentemente, ocasiona outros problemas, como dificuldade de atenção e memória, podendo levar até a depressão.
Estatísticas de endividados com depressão
O Instituto de Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) constatou que 80% dos endividados sofrem de depressão e ansiedade.
Um novo estudo da USP revelou que este número aumentou na pandemia do novo Coronavírus, entre março de 2020 e março de 2021.
Comprar compulsivamente é normal?
Já ouviu falar em Transtorno do Comprar Compulsivo? Conhece alguém que usa qualquer sentimento e momento para fazer umas comprinhas?
Você pode não saber, mas, para a Psicologia, compras compulsivas são um transtorno que precisa ser tratado.
O Transtorno do Comprar Compulsivo (TCC) ou Oniomania, é uma síndrome psiquiátrica que foi diagnosticada pelo psiquiatra Emil Kraepelin no início do século XX. Muitas vezes, comprar age como um remédio para aliviar o estresse e/ou a depressão, trazendo a sensação de poder, prazer e bem-estar.
Entre os principais sintomas do distúrbio, segundo a psicóloga Claudia Faria, estão:
- compras de itens repetidos,
- efetuar compras escondidas de amigos e familiares,
- descontrole financeiro,
- recorrer a empréstimos bancários para efetuar compras, entre outros.
Para tratar, é necessário auxílio psicológico e, em alguns casos, psiquiátrico.
Como renegociar sua dívida
A organização é a locomotiva para tirar das dívidas e levar até o equilíbrio financeiro.
Primeiramente, você precisa saber o “gigante” que irá encarar, ou seja, conheça o tamanho real da sua dívida. Dessa forma, conseguirá programar de forma consciente as próximas ações.
Negociar as dívidas, ajustando as parcelas à sua realidade, é o próximo passo. Afinal, não adianta negociar e não conseguir pagar.
O trajeto pode demorar, mas o tempo passa de qualquer jeito. Então, escolha solucionar seu problema e construir uma vida melhor.
Feirões de renegociação
Várias empresas realizam feirões de renegociação. Verifique se seu credor também oferece essa oportunidade. Os órgãos de proteção de crédito, como SPC e Serasa, também fazem esse tipo de ação.
Essas programações oferecem oportunidades com condições facilitadas, auxiliando o devedor a recuperar seu crédito.
Empréstimo é solução?
Há uma cultura de desorganização financeira no Brasil. Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelou que 48% dos consumidores brasileiros admitem não fazer um gerenciamento efetivo do próprio orçamento.
O empréstimo pode solucionar seu problema, mas, com falta de planejamento, você corre o risco de entrar no vermelho novamente. Portanto, analise se as taxas de juros compensam e se programe.
Em caso de transtorno, onde buscar ajuda?
Mesmo quitando as dívidas, é necessário tratar os possíveis transtornos. Veja, abaixo, alguns exemplos:
Ajuda médica
O tratamento mais indicado é a psicoterapia, que investigará a raiz do problema e gradativamente a pessoa se tornará livre. Em casos extremos, em que é identificado também depressão e ansiedade, pode ser indicado um tratamento com psiquiatra, para iniciar medicação antidepressiva e estabilizadores de humor.
Lazer gratuito para equilibrar as emoções
Em entrevista à Forbes, o doutor Arthur Guerra, que é professor das Faculdades de Medicina da USP e do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental, afirma ser as horas de lazer a melhor válvula de descompressão.
Sugestões de lazer
Para gerar saúde e bem-estar, deve-se buscar autocuidado por meio de atividades de lazer, como:
- Maratonar séries;
- Caminhar no parque;
- Andar de bicicleta;
- Dançar;
- Fazer aulas de dança pelo YouTube;
- Ouvir podcasts durante afazeres domésticos;
- Winner Day (dia do vinho) em casa com as amigas;
- Piquenique.
Criando economias para não se endividar novamente
Ninguém deseja entrar no vermelho novamente, não é mesmo? Por isso, criar uma reserva de emergência é fundamental para não entrar em novas dívidas.
Apenas montar o fundo emergencial não é o bastante. Onde guardar o dinheiro e o momento exato de usá-lo são algumas orientações do Serasa Ensina. O Serasa alerta que o endividamento nem sempre é falta de dinheiro, mas de planejamento orçamentário.
Por isso, o Serasa desenvolveu um teste para auxiliar os consumidores na identificação do seu perfil financeiro. Afinal, o autoconhecimento é super importante para alcançar o controle.
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Imagem: Sam Wordley / shutterstock.com