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Crédito ficará caro e escasso, principalmente para quem mais precisa

No início de maio, a taxa Selic caiu para 3% ao ano, o menor patamar da história. Isso significa que financiamentos, empréstimos e outros tipos de crédito tendem a ficar mais baratos, pois essa taxa é uma referência para instituições financeiras. No entanto, nem sempre isso acontece. Em alguns casos, o crédito pode ficar mais caro e escasso mesmo com a queda da taxa Selic.

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Crédito ficará mais caro e escasso

O fator risco é algo importante para os bancos e outras instituições calcularem se vão ou não conceder crédito para alguém e quais serão os juros. Ou seja, apesar de uma taxa Selic baixa, se há muito risco, isso pode afetar o acesso ao crédito no Brasil.

Com a pandemia do novo coronavírus, a projeção é que os cidadãos tenham menos chances de conseguir empréstimos e financiamentos. A perspectiva é de que o crédito ficará mais caro e mais escasso por um tempo, principalmente para quem já estava inadimplente ou tinha um score baixo; ou seja, quem já enfrentava mais dificuldades financeiras.

Alto risco de inadimplência dificulta acesso ao crédito

O cenário de instabilidade trazido pela covid-19 e o consequente afastamento social levou muitas pessoas a perderem seus empregos. O primeiro trimestre de 2020, por exemplo, fechou com 12,85 milhões de desempregados no Brasil. A taxa de desemprego ficou em 12,2% no período. Além disso, outro número que comprova essa desocupação é que, entre março e abril desse ano, os pedidos de seguro-desemprego aumentaram 39%.

As perspectivas não são boas e, com o aumento do desemprego, mais pessoas recorrem aos empréstimos. No entanto, o risco dos bancos de não receber esse dinheiro de volta aumenta. Com isso, as instituições ficam mais criteriosas, fazendo com que nem todos os clientes consigam empréstimo e financiamentos, ou mesmo cartões de crédito.

Para as instituições financeiras, liberar crédito em um cenário de instabilidade pode trazer diversos problemas. Eles são causados pela inadimplência, que ocorre quando os bancos emprestam dinheiro a quem não tem como pagar. Para os bancos, isso acarreta em falta de previsibilidade financeira e menos competitividade. Fora isso, são necessários mais custos para que uma equipe de cobrança possa tentar reverter o cenário.

No primeiro trimestre do ano, o Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil destinaram R$ 28 bilhões para “tapar os buracos” deixados por calotes de empréstimos anteriores. Isso significa R$ 10 bilhões a mais do que no primeiro trimestre do ano passado. A inadimplência, portanto, já está sendo uma realidade para essas instituições.

Falta de crédito no cenário empresarial

As empresas sem dúvida também são afetadas por essa possível falta de crédito. Sem ele, fica mais difícil pagar as contas e fazer os investimentos necessários para crescer. As consequências podem ser o fechamento de muitos negócios e demissões de funcionários.

Esse problema já está atingindo muitas empresas, principalmente as menores. De acordo com uma pesquisa de abril do Sebrae, 60% dos donos de pequenos negócios tiveram crédito negado desde o início da pandemia. Desde março, muitos empreendedores perceberam um aumento nos juros cobrados pelos bancos. No caso da antecipação de recebíveis, a taxa chegou a dobrar. As empresas de turismo tiveram um corte nessa antecipação por parte do Banco do Brasil, Cielo e Rede.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibilizou diversas linhas de crédito para as empresas, mas apenas 16,7% delas tinham chegado aos empresários até a semana passada. Tinham sido liberados 4% dos recursos apenas. Esse valor já foi utilizado para pagar 1 milhão de salários, de acordo com o acompanhamento do Banco Central.

Alternativas para a falta de crédito

Não conseguir um empréstimo ou financiamento resulta em inadimplência, menos consumo e mais problemas para a economia no geral. Contudo, se você teve o acesso ao crédito negado, existem alternativas que você pode tentar.

Para pessoas físicas, a primeira delas é fazer uma renda extra. Isso significa vender novos produtos por delivery, prestar serviços online e aproveitar as novas demandas do mercado durante a pandemia. Para isso, use os talentos que você tem e não deixe de utilizar o alcance das redes sociais para se divulgar.

Para empresas, uma opção é o crédito peer-to-peer. Nessa modalidade, pessoas físicas emprestam dinheiro para pessoas físicas, visando os juros desse empréstimo. Pode ser uma opção se você realmente precisa. Uma plataforma para isso é a Nexoos, que cobra juros entre 1,14% a 4,19% ao mês. A Mutual também atua de forma semelhante, com juros de cerca de 2,81% mensais. Nas duas é possível fazer a solicitação de crédito online.

Além do peer-to-peer, há as startups de crédito, que podem conceder financiamentos e empréstimos quando os bancos tradicionais não são uma opção. Um exemplos é a Creditas, que concede empréstimos consignados para empresas com todo o processo online.

Tanto para projetos pessoais ou de empresas, um outro caminho é o financiamento coletivo, ou crowdfunding. Com o crowdfunding, é possível arrecadar doações de pessoas por meio de uma plataforma e conceder benefícios para quem ajudar. Nos financiamentos coletivos geralmente há uma meta e um prazo para coletar o auxílio financeiro.

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Imagem: Rawpixel.com / Freepik