Empresa em crise perde milhões de clientes após fraude; saiba mais
Esta empresa, que enfrenta recuperação judicial deste o início deste ano, perde cerca de 6 milhões de clientes; relembre a crise.
Uma das maiores varejistas do Brasil, a Americanas, encontra-se no epicentro de uma tempestade financeira e de reputação. Diante de uma crise marcada por fraudes contábeis, a empresa viu seu número de clientes ativos despencar em um período preocupantemente curto.
Isso mesmo: segundo informações do relatório do gestor responsável pelo processo de recuperação judicial, a empresa finalizou agosto com 42,9 milhões de clientes ativos, indicando uma redução de 13% ao longo de oito meses. Esse declínio teve origem após a descoberta de um déficit significativo nos balanços da empresa em dezembro do ano anterior, período no qual possuía 49,1 milhões de clientes.
Americanas continua em recuperação judicial; entenda
Enfrentando uma difícil recuperação judicial, a Americanas busca reinventar-se por meio de estratégias transformadoras, abrangendo desde a gestão otimizada do espaço nas lojas até uma reavaliação do mix de produtos.
Entretanto, a sombra do escândalo financeiro repercutiu negativamente em suas operações online. Uma das estratégias anteriores da empresa, a de oferecer preços baixos na plataforma virtual, não logrou o sucesso esperado, especialmente considerando as questões reputacionais emergentes.
Confira os desafios no mercado digital
O declínio no tráfego online da Americanas também é alarmante. A varejista, que antes investia fortemente em anúncios nas pesquisas do Google, precisou limitar esse investimento, impactando drasticamente sua visibilidade na web.
Além disso, para enxugar custos, a estratégia de compra de produtos sem manter estoques diminuiu seus custos logísticos. Mesmo assim, algumas categorias de produtos viram suas vendas quase desaparecerem, beneficiando concorrentes como Amazon e Mercado Livre.
Relembre a crise da Americanas
Tudo começou com a chocante revelação de uma fraude contábil de mais de R$ 20 bilhões, trazendo à tona uma dívida astronômica e uma série de investigações internas e externas. O rompante de incertezas levou à renúncia de Sergio Rial, diretor-presidente da Americanas, e uma queda abrupta nas ações da empresa, dizimando quase 80% de seu valor de mercado em um único dia.
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Com comitês internos de investigação, acionistas furiosos e a CVM no encalço, a crise continuou a se aprofundar. Questões envolvendo a empresa de auditoria PwC e a diretoria da Americanas tornaram a situação ainda mais delicada, culminando no afastamento completo da diretoria.
Imagem: Lumen Photos / shutterstock.com