Estudo aponta consolidação do home office no pós-pandemia

Em meio à recuperação das atividades presenciais pós-pandemia, o Brasil demonstra uma tendência clara: o home office não apenas entrou para o cotidiano das empresas e dos trabalhadores durante a crise global da COVID-19, como se estabeleceu permanentemente.

Uma pesquisa recente da Bare International lança luz sobre esse fenômeno. A saber, ela evidencia que uma grande parcela dos profissionais brasileiros não só adotou o trabalho remoto, mas agora prefere essa modalidade.

Os dados coletados indicam que 38% dos 592 entrevistados estão engajados no trabalho à distância. Surpreendentemente, aproximadamente 70% desses profissionais expressam pouca ou nenhuma vontade de abandonar o conforto de seus lares para retornar ao escritório.

Home office no Brasil

Complementando essa compreensão, uma pesquisa do Datafolha confirma essa tendência, revelando que a maioria dos brasileiros (52%) agora prefere trabalhar remotamente. A preferência pelo modelo híbrido de trabalho também ganha destaque.

Notavelmente, essa preferência se mostra ainda mais forte entre o público feminino, com 73% das mulheres favoráveis ao home office ou ao sistema híbrido, em comparação a 61% dos homens, segundo estudos realizados pela PwC Brasil e pelo PageGroup.

Um argumento comum contra o trabalho remoto é a suposta queda na produtividade. Contudo, o relatório “Pulse of the Profession 2024”, do Project Management Institute (PMI), demonstra o contrário. Cerca de 73,2% dos funcionários mantêm alta produtividade no remoto, um número assemelhado aos índices do modelo híbrido (73,4%) e do presencial (74,6%).

Como o trabalho remoto está mudando o mercado de trabalho?

Ricardo Triana, diretor interino do PMI América Latina, aponta que a eficiência no home office alimenta-se por conexões significativas e um senso de propósito comum.

Além de reforçar a produtividade, a flexibilidade oferecida pelas modalidades de trabalho remoto tem se mostrado benéfica para o bem-estar e desempenho dos empregados, promovendo um equilíbrio saudável entre a vida profissional e a pessoal.

Triana também destaca a importância do trabalho remoto na promoção da equidade e inclusão. Essa modalidade de trabalho possibilita que indivíduos de diferentes localidades e realidades socioeconômicas tenham acesso a oportunidades de emprego anteriormente fora de alcance, evidenciando o papel transformador do home office na sociedade.

Perspectivas futuras para o home office no Brasil

À medida que avançamos, fica claro que o home office e o modelo híbrido vieram para ficar. As vantagens vão além da comodidade individual, influenciando a dinâmica de equipes, a eficiência operacional e a democratização do acesso a oportunidades.

A crescente aceitação do trabalho remoto reflete uma mudança cultural importante, na qual flexibilidade, bem-estar e inclusão se tornam prioridades no ambiente de trabalho.

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Diante dos resultados positivos evidenciados pelas pesquisas, é plausível afirmar que o futuro do trabalho no Brasil será marcado por uma maior autonomia e satisfação profissional, redimensionando as expectativas e as realizações no âmbito corporativo.

Imagem: Jelena Zelen / shutterstock.com