FGV aponta que confiança no comércio atinge 95,5 pontos em abril
A confiança no comércio atingiu 95,5 pontos em abril, segundo dados da FGV, refletindo um cenário de otimismo e expectativas no setor.
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) apresentou um significativo aumento de 5,1 pontos de março para abril deste ano, alcançando 95,5 pontos. Este é o maior nível registrado desde setembro de 2022, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A informação surge em um contexto onde o otimismo parece ganhar espaço.
O avanço na confiança do comércio não é apenas um número isolado. Esse incremento, observado em cinco dos seis principais segmentos do setor, segundo Geórgia Veloso, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), reflete uma melhoria disseminada e relevantes ajustes no panorama comercial.
A especialista aponta que o retorno dos indicadores aos níveis de 2022 sinaliza um ambiente mais propício para negócios após um período desafiador.
Como os principais indicadores reagiram a esse cenário do comércio?
Em abril, uma análise mais detalhada mostra a divisão deste otimismo por setores e índices específicos. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) subiu 5,5 pontos, alcançando 98,5 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) atingiu 92,9 pontos, seu maior nível desde outubro de 2022. Especificamente, o componente que mede a perspectiva de vendas para os próximos três meses teve um aumento de 5,5 pontos, evidenciando uma expectativa positiva robusta entre os comerciantes.
Esta mudança de percepção sobre o clima econômico tem impactos palpáveis. A avaliação do volume de demanda atual, por exemplo, mostrou um crescente otimismo, com um incremento de 5,4 pontos, situando-se em 99,1 pontos, o maior desde junho de 2022. A visão sobre a situação atual dos negócios também melhorou consistentemente nos últimos três meses, atingindo 97,8 pontos em abril.
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Desafios permanecem, mas a perspectiva é de melhoria contínua
- Competição: A competição setorial foi citada como a principal barreira à melhoria dos negócios, destacando-se em segmentos como supermercados e o setor automotivo.
- Demanda: A questão da demanda insuficiente, embora ainda presente como um limitador, tem sua predominância reduzida, refletindo uma recuperação gradual do consumo.
- Custo financeiro: O custo financeiro continua sendo um desafio significativo, enfatizando a necessidade de políticas monetárias e fiscais que possam suavizar esses obstáculos.
Este levantamento sugere que, apesar dos desafios persistentes, há uma tendência clara de recuperação e um ambiente mais otimista no setor comercial. As informações da Sondagem do Comércio de abril, que foram coletadas entre os dias 1 e 25, ajudam a compor um quadro mais amplo dos rumos que a economia brasileira está tomando no momento atual.
Imagem: Celso Pupo / Shutterstock