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Lula diz que MEI não é emprego

Na última sexta-feira (28), durante o debate na TV Globo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria elogiá-lo, pois ele criou empregos mesmo com a pandemia.

Contudo, Lula criticou a mudança na metodologia de dados e chamou Bolsonaro de mentiroso. Isso porque, para o petista, a modalidade de Microempreendedor Individual (MEI) não deveria ser contada como emprego.

“O nosso governo, entre 2020 e 2021, criou emprego mesmo com a pandemia. Uma média mensal de 250 mil. E você disse que queria criar emprego para homens e mulheres, mas não sabia como. Que tal me dar os parabéns?”, indagou Bolsonaro.

Resposta de Lula

Contudo, Lula rebateu Bolsonaro e criticou a inclusão do MEI na soma com empregos de carteira assinada.

“A primeira coisa é que eles mudaram a lógica de criação de emprego. Colocaram o MEI como se fosse emprego. Na minha época, tinha carteira profissional assinada. Era isso. Agora, inventaram o trabalho eventual. Eu quero saber de emprego real, registrado, com carteira assinada. A partir de janeiro vamos consertar o país”, afirmou Lula.

Afinal, MEI é emprego?

Em síntese, o MEI é um trabalho que gera renda, sendo que seu modelo de formalização foi criado em 2008, justamente no governo Lula, para simplificar e desburocratizar o empreendedorismo

Assim, durante a pandemia, com a alta do desemprego, o MEI se tornou uma alternativa para muitas pessoas sem ocupação. Dessa forma, o empreendedorismo por necessidade ganhou espaço.

Entretanto, em 2022, o movimento começou a perder força conforme o mercado de trabalho tem reagido. Segundo o Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian, em julho deste ano foram criadas 333.198 MEIs. Esse número é 8,9% menor em relação ao mesmo mês do ano passado.

Vagas de emprego

Para calcular as vagas de emprego geradas, o Brasil possui dois grandes indicadores de emprego. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregos (Caged), realizado pelo Ministério do Trabalho, não considera trabalhadores sem carteira, nem os que trabalham por conta própria e os funcionários públicos.

Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) é efetuada pelo IBGE e é mais abrangente. Assim, inclui todos os tipos de ocupação, formais e informais, além de trabalhadores por conta própria e funcionários públicos.

De acordo com Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultoria, ouvido pelo O Globo, de fato, a metodologia do Caged, realizada pelo Ministério do Trabalho, mudou, o que favoreceu o saldo positivo de empregos contabilizados pelo governo.

Imagem: BW Press/shutterstock.com