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Magazine Luiza: saiba o que faz uma das maiores varejistas

Apostando na inovação digital, a empresa vem crescendo ano após ano; por trás do sucesso está a família Trajano, em sua terceira geração no comando

Uma das maiores redes de varejo do País, o Magazine Luiza, ou Magalu, como também é conhecida a empresa, surgiu em 1957, na cidade de Franca (SP). Ao longo desse período adotou estratégia de expansão de lojas e aquisições de concorrentes, enquanto nos últimos anos apostou no digital.

Assim, se consolidou com uma das maiores companhias do setor. Ao final de 2022, contava com mais de 1,3 mil lojas físicas e 23 centros de distribuição de mercadorias. A empresa atua no comércio eletrônico próprio e por meio de marketplaces.

Vamos conhecer mais sobre o Magazine Luiza? Siga a leitura e conheça tudo sobre a varejista!

História do Magazine Luiza

Como já comentamos, a história do Magazine Luiza começa no interior de São Paulo. A empresa foi fundada, no final dos anos 50, pelo casal Pelegrino José Donato e Luiza Trajano. 

Inicialmente, era uma pequena loja de presentes e seu nome, logo se percebe, vem do sobrenome de sua fundadora. 

No entanto, diferente do que se imagina, num primeiro momento, o nome da empresa faz referência à tia de Luiza Helena Trajano, que atualmente é a principal personagem da empresa.

Conhecida por seu engajamento em várias causas, a sobrinha da fundadora se tornou uma pessoa pública, inclusive tendo recebido convites para integrar governos. Luiza optou, porém, por seguir apenas nos negócios da família.

Mas isso não significou que Luiza Helena Trajano não apoiasse outras iniciativas. Ela integra associações representativas do varejo, grupos apartidários e de defesa das mulheres. 

Também inovou, em 2020, com o lançamento do primeiro programa de trainee exclusivo para pessoas negras. 

Com esse tipo de mentalidade, a varejista foi agraciada ao longo dos anos com prêmios como o de melhor empresa para se trabalhar. O prêmio é dado pelo instituto Great Place to Work.

Terceira geração

Apesar de ser a “cara” do Magazine Luiza, a empresária passou o comando dos negócios ao seu filho, Frederico Trajano, a partir de 2016.

Assim, Frederico Trajano representa a terceira geração da família à frente da empresa. Com ele, o Magalu avançou rumo ao mundo digital, ampliando a representatividade do e-commerce e do marketplace sobre as vendas.

Por conta do sucesso de seus negócios, a família Trajano está na lista dos brasileiros mais ricos do país, segundo a revista Forbes, que faz esse cálculo.

No início de 2023, Luiza Helena Trajano tinha uma fortuna aproximada de US$ 1,1 bilhão, equivalente a cerca de R$ 5,5 bilhões. 

O valor da fortuna da empresária, porém, varia constantemente, já que reflete o preço das ações do Magazine Luiza na bolsa de valores.

A ida da empresa para a bolsa aconteceu em 2011, quando levantou cerca de R$ 1 bilhão, que foram usados para abrir lojas, comprar concorrentes e investir no comércio eletrônico.

BRASÍLIA, DF, BRASIL, 21-11-2016: Luiza Trajano – Presidente Michel Temer preside a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto. Foto: Sérgio Lima/Poder 360.

Negócios do Magazine Luiza

A partir dos recursos levantados no mercado de capitais, o Magalu cresceu – ainda mais. Cabe listar, porém, alguns feitos realizados antes e logo após.

Entre eles, a inauguração, em 2008, de quase 50 lojas simultaneamente na cidade de São Paulo. A empresa adicionou mais de 1 milhão de clientes de uma só vez. 

Em 2010, entrou no Nordeste, com a compra de 136 lojas da rede Lojas Maia; em 2011, comprou as lojas do Baú da Felicidade. Em 2019, adquiriu o e-commerce esportivo NetShoes.

Outro fato curioso foi a entrada das lojas físicas no Rio de Janeiro, apenas em 2021. Dessa forma, a empresa já está presente em 21 Estados do Brasil.

Inovação

Em sua história, podemos destacar alguns marcos importantes. O ano de 2000 marcou a estreia do seu site de comércio eletrônico. Em 2005, criou a TV, Rádio e Portal Luiza, para se comunicar com os funcionários. Em 2012, a empresa lançou o chip Luiza, com objetivo de oferecer acesso gratuito às redes sociais, para clientes de baixa renda. 

Enquanto isso, em 2015, desenvolveu uma nova versão do seu aplicativo, implantando o Mobile Vendas em 180 lojas. No ano seguinte, todos seus vendedores passaram a atender utilizando o aplicativo do Mobile Vendas. 

Já em 2017, o laboratório de inovação do Magalu chega a mais de 450 engenheiros, especializados na expansão das operações digitais. Como consequência, em 2018, o app do Magalu chega a 26 milhões de downloads e passa a representar 40% dos pedidos online da empresa.

Por fim, em 2021, o Magalu adquiriu o KaBum, plataforma de e-commerce referência em tecnologia e games, em sua maior aquisição já realizada, por R$ 1 bilhão, mais troca de ações com fundadores.  

Por que Luiza Trajano está implorando para comprarem na sua empresa?
Imagem: rafapress / Shutterstock.com

Ecossistema digital

Por conta de tanta tanta inovação e aquisições, a empresa deixou de ser uma varejista tradicional, de negócios com pontos de venda espalhados nas principais avenidas, ruas comerciais e shopping centers pelo país.

A guinada ao digital trouxe novos negócios, ampliados por uma série de aquisições. É possível conhecer aqui mais detalhes de todo ecossistema de negócios do Magazine Luiza.

Por meio da internet, além das vendas próprias de suas mercadorias (1P), é possível comprar de parceiros (3P), via marketplace. O marketplace foi lançado em 2016, inicialmente com 50 parceiros (sellers), que passaram a vender dentro do site do Magalu.

Conforme a empresa, eram mais de 260 mil sellers, ao final de 2022. Eles são empresas que vendem, usando o sistema da varejista – seja de divulgação e de entrega – de forma direta ao consumidor.

A empresa também se lançou na aquisição de diversas marcas em plataformas voltadas ao e-commerce. Além da NetShoes e KaBum!, inúmeras outras empresas foram adquiridas, como Estante Virtual, ComSchool, Canaltech, GrandChef e Joven Nerd. Cada uma delas atendendo a um público online diferente.

Saiba mais:

Números do Magazine Luiza

Agora que entendemos a história e como atua o Magazine Luiza, vamos conhecer seus números para entender sua grandeza no mercado de varejo.

Em 2022, as vendas totais da empresa somaram R$ 60 bilhões, um crescimento de 8% sobre 2021. O faturamento com o e-commerce somou R$ 43 bilhões, aumento de 9%.

Conforme o Magazine Luiza, o crescimento médio anual do e-commerce foi de 44% entre 2020 e 2022, impulsionado pelo marketplace do Magalu.

Em 2022, o marketplace registrou aumento de 18%, totalizando R$ 15 bilhões em faturamento.

Analisando os números do último trimestre de 2022, veja como são distribuídas as vendas e a evolução delas nos últimos anos.

Financeiro

Na parte financeira, apesar dos crescimentos operacionais, o resultado líquido ficou negativo no último trimestre de 2022. Isso é creditado, em boa parte, aos juros elevados, que pioraram o resultado financeiro líquido. 

Dessa forma, o Magazine Luiza terminou o quarto trimestre de 2022 com prejuízo de R$ 35 milhões e o ano completo com perdas líquidas de R$ 499 milhões.

Entretanto, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, conhecido como Ebitda, atingiu R$ 673 milhões no quarto trimestre de 2022, alta de 176%, e R$ 2,127 bilhão no ano completo, avanço de 44%.

Para investidores da bolsa, essa é uma importante sinalização, já que a empresa vem ampliando o potencial de geração de caixa, medido pelo Ebitda.

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Ações do Magazine Luiza

Sob o código MGLU3, a varejista tem um desempenho marcado por momento de fortes de valorizações de suas ações, e outros de grandes desvalorizações.

Em 2020, a empresa teve perdas de valor de suas ações na bolsa, por conta da pandemia, quando lojas foram fechadas.

Mas, em seguida, houve grande disparada do preço das ações, já que as vendas por meio da internet saltaram com a pandemia, atingindo a cotação de R$ 27,34 [como destacado no gráfico abaixo].

De toda forma, o desempenho da economia brasileira, geralmente, influencia muito o preço das ações da empresa. No início de 2023, seus papéis valiam cerca de R$ 3,50.

Fonte: Reprodução Google

O que esperar do Magalu

O Magazine Luiza, como vimos neste artigo, é um dos maiores varejistas do país. A empresa conta com uma grande rede de lojas e canais digitais.

Conforme ressalta, em seu site, a empresa levou 43 anos para faturar R$ 1 bilhão em suas lojas físicas, mas apenas 10 anos para chegar a R$ 1 bilhão no e-commerce. A partir do avanço do marketplace, a empresa atingiu R$ 1 bilhão de vendas em apenas 2 anos.

“Nos últimos anos, o Magalu fez a opção estratégica pelo crescimento exponencial, por atingir um ritmo de expansão que multiplique o tamanho e a abrangência da empresa, fazendo com que ela permaneça relevante na economia digital”, escreve o Magalu.

Para 2023, a expectativa é de ocorra a recuperação das vendas, mas a melhora do lucro vai depender também da redução dos juros. A empresa é duplamente penalizada com os juros elevados, seja pelo custo das dívidas e impacto nos consumidores.

Como o Magazine Luiza vende produtos geralmente financiados, os juros fazem a diferença em seus resultados. De toda forma, como vimos, a empresa é especialista em se reinventar e inovar. Isso pode contornar esses problemas.

(Com Cândido Mendes)