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Bancos e fintechs querem o controle dos meios de pagamentos e maquininhas de cartões

O hábito de comprar por meio de máquinas de leitura de cartões magnéticos ou com chip pode se tornar obsoleto em breve. Isso porque a tendência de realizar transações via QR Code, muito popular atualmente, está substituindo esses meios de pagamento, tornando-se a opção preferida dos usuários e pondo em risco os pagamentos por maquininha de cartão, por exemplo. Nesse mesmo cenário, um novo passo também foi dado com a entrada do WhatsApp Pay no país, operado pelo aplicativo de mesmo nome e que pertence ao Facebook. No Brasil, a empresa que fechou parceria com a empresa para realizar as operações de pagamento é a Cielo.

Porém, o lançamento do WhatsApp Pay acabou sendo revertido e suspenso pelo Banco Central. Na última terça-feira (23), o banco, que tem defendido a descentralização do sistema financeiro, determinou que as bandeiras de cartões Visa e Mastercard suspendessem o suporte ao sistema, impedindo seu lançamento. Mas, mesmo com a decisão do Banco Central em frear, ainda que temporariamente, o WhatsApp Pay, as maquininhas de cartão não devem durar muito como meios de pagamento.

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Entenda a decisão do Banco Central em suspender o WhatsApp Pay

A decisão tomada pelo Banco Central, além de reforçar seu interesse em seguir como indutora da modernização do mercado, também atende a um pedido de grandes instituições financeiras. Isso porque os bancos tradicionais temem o confronto com uma rede social na operação de transações financeiras. Além disso, também temem perda de poder dentro do setor de meios de pagamento.

Ao mesmo tempo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também não era muito favorável à parceria entre Cielo e Whats­App. Isso porque acredita que ela possa gerar uma concentração no mercado, não levando em conta outras empresas que poderiam também entrar na parceria. Assim, segundo o Banco Central, a decisão por suspender meios de pagamento alternativos tem como objetivo preservar um ambiente mais competitivo, com um sistema de pagamentos, nas palavras da instituição, “interoperável, rápido, seguro, transparente, aberto e barato”.

Banco Central investe no PIX, que deve estrear em novembro

As características definidas pelo Banco Central são as mesmas utilizadas para realizar a defesa do PIX. A expectativa é que a tecnologia que oferece meios de pagamento via transferência instantânea tenha início no Brasil em novembro. Já a respeito da proposta de parceria entre Whats­App e Cielo, será preciso, antes, uma série de ajustes e exigências regulatórias para que o serviço possa enfim começar a operar no país. Assim, o mais esperado é que essa decisão seja apenas temporária. Alem disso, a decisão, por mais que tente dar mais tempo ao sistema tradicional, dificilmente conseguirá interromper o avanço de tecnologias para meios de pagamento.

Isso mudou, principalmente, após a pandemia. Com a necessidade de realizar mais atividades digitalmente, pesquisas demonstraram que, no momento, 54% dos brasileiros afirmaram que farão ainda mais uso dos meios de pagamento digitais após a pandemia, diminuindo o uso de dinheiro vivo. Nesse cenário, os pagamentos virtuais, que sempre tiveram boa performance, mas dificuldade em adentrar classes mais baixas, tiveram um avanço significativo. Com o cenário da pandemia, o uso da tecnologia para compras, principalmente em dispositivos móveis, disparou. E o WhatsApp Pay é apenas mais uma novidade que dará mais força à inovação do mercado.

Meios de pagamentos por aplicativo são sucesso no exterior

Porém, é preciso admitir que, mesmo com os avanços durante a pandemia, pagamentos por aplicativos de mensagem ainda possuem resistência no Brasil. Entretanto, eles também são um sucesso indiscutível em outros países, principalmente os emergentes, como a China. O maior responsável pela mudança por lá foi o WeChat, um superaplicativo, semelhante ao WhatsApp, que armazena dados dos clientes e também possibilita que esses façam compras e paguem contas pelo app. No caso do WhatsApp Pay, o país escolhido para os testes iniciais foi a Índia, que viu o sistema ser muito bem aceito por parte de seus usuários.

Assim, a expectativa é que, mesmo que com atraso, o sistema ganhe força no país e passe a se tornar um hábito. Atualmente, grande parte dos brasileiros já usa o WhatsApp, inclusive o público mais velho, que antes tinha resistência a esse tipo de tecnologia, e classes mais baixas, que têm aumentado seu acesso a ela. Dessa forma, é apenas questão de tempo para que sistemas de pagamento como esse, ou similares, acabem ganhando cada vez mais espaço. Ao mesmo tempo, os bancos tradicionais, caso não se reinventem, e o sistema de maquininhas de cartão podem ficar para trás.

Mesmo com resistência, novas tecnologias devem se consolidar

Contudo, apesar da resistência do Banco Central, sua maior aposta no momento, o PIX, também é baseada em transferências via smartphones. Nesse sentido, o PIX funcionaria da mesma forma que as “carteiras virtuais” mais usadas por brasileiros, como o PicPay e o Mercado Pago. Com esse sistema, basta que o cliente entre no aplicativo da instituição financeira, seja banco, cooperativa ou fintech, e envie dinheiro para outra pessoa. Apenas informando o número de telefone do destinatário ou escaneando o QR code no caixa de uma loja já é possível fazer a transação.

Entre as vantagens do formato de pagamento, está a possibilidade de ser utilizado entre clientes de diferentes instituições financeiras. Além disso, a tecnologia também oferece mais rapidez para fazer com que o recurso chegue de uma ponta à outra da transação, com a mesma segurança de outros meios de pagamento. Assim, enquanto uma compra no débito pode levar até semanas para chegar ao vendedor, o PIX funcionaria como uma transferência quase instantânea, liberando o recurso em cerca de 10 segundos.

Transação para novos meios de pagamento é algo natural

Para o diretor de operações financeiras e pagamentos do Banco Central, essa rapidez pode ser muito significativa para os empresários. Isso porque a instantaneidade do programa poderia até mesmo significar uma menor necessidade de capital de giro, por exemplo. Além disso, essa mudança no uso do dinheiro não veio com o PIX: ela já ocorre há um tempo, muito devido ao sucesso que fintechs que permitem transações virtuais têm feito no mercado.

Por fim, é preciso entender que a migração para essas novas tecnologias é algo natural, e chegará mais cedo ou mais tarde, principalmente no que diz respeito a transações por smartphones. Segundo o CEO do PicPay, a fintech já conseguiu oferecer a transação por QR code em maquininhas de empresas como Cielo, Getnet e Rede. Assim, é preciso que outras empresas considerem a adaptação, se não quiserem ficar para trás. Dessa forma, é preciso diminuir a resistência. Deve-se combinar a livre concorrência do mercado, a transparência das operações e eficiência a um baixo custo, permitindo que a tecnologia entre. Com isso, sem dúvida tanto o mercado quanto os usuários sairão ganhando.

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Imagem destacada: Paisit Teeraphatsakool, via Shutterstock.