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O momento é bom para comprar um imóvel?

Para saber se o momento é bom para a compra de um imóvel vários aspectos precisam ser levados em consideração. Confira nesta reportagem!

Um dos maiores sonhos de todo brasileiro é ter a casa própria e, assim, dar adeus ao aluguel. Mas será que o momento agora é bom para comprar um imóvel?

Para responder a essa pergunta alguns fatores devem ser levados em consideração. Afinal, este não é um passo simples na vida de uma pessoa, já que serão anos com uma dívida de alto valor.

Neste artigo vamos tentar trazer alguns aspectos que devem ser avaliados, antes desta importante tomada de decisão. Siga a leitura e confira!

Comprar ou não um imóvel?

Como comentamos, há diversos aspectos – internos e externos – que devem ser considerados na hora de se comprar ou não um imóvel.

Entre os internos, o principal deles é a capacidade financeira da pessoa conseguir em arcar com os custos da aquisição, assim como o sentido da compra, pelo momento de vida – como um casamento ou chegada de filho ou filha.

Outros se referem aos externos, como o ciclo da economia, que pode apontar para uma dificuldade na concessão de financiamento imobiliário, elevando os custos e dificultando a liberação do dinheiro, assim como a oportunidade ao se achar um imóvel com um bom preço.

Sempre lembrando que, em casos de inadimplência no pagamento de um financiamento imobiliário, o banco pode retomar o imóvel, que vai à leilão para o pagamento da dívida.

Assim, para não arcar com um grande prejuízo, é preciso saber bem o que se está fazendo.

O que esperar do mercado de imóveis?

Indo para um dos fatores mais importantes, que é a situação econômica, o principal aspecto que o futuro mutuário deve levar em consideração é a taxa de juros. Cada ponto porcentual a mais ou a menos pode representar um valor muito grande ao longo de um contrato de financiamento de 10, 20 ou 30 anos.

Conforme uma publicação da Sienge, plataforma de tecnologia da indústria da construção, estima-se que para cada 2,5 pontos porcentuais em que a Selic aumenta, o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento imobiliário aumenta cerca de 1 ponto.

A Selic, taxa básica de juros definida pelo BC, chegou a 2% entre meados de 2020 e o início de 2021, por conta da pandemia. Se reduziu o juros para tentar reduzir os efeitos do vírus de Covid-19 na economia.

Como consequência, houve um aumento da demanda por financiamentos e compra de imóveis. Isso ocorreu exatamente pelo barateamento do custo dos financiamentos.

Porém, logo em seguida, os juros passaram a subir e, em meados de 2023, a Selic encontrava-se em 13,75%. Ou seja, totalmente restritiva à compra de imóveis e contratação de financiamento. Cenário totalmente contrário do narrado pouco antes.

No entanto, a indicação é de que os juros no Brasil comecem a ceder, a partir do segundo semestre de 2023, chegando ao longo de 2024 abaixo dos 10% ao ano. Os bancos, no entanto, nem sempre acompanham as variações da Selic e o efeito de eventuais quedas pode demorar.

Seja qual for a futura taxa, ainda se manterá elevada, se comparada a de 2%, da pandemia – algo totalmente inédito, atípico e que não deve mais se repetir –, mas já é melhor do que a vista na primeira metade de 2023, de 13,75% ao ano.

Impacto na compra de um imóvel

De acordo com o Anuário DataZap+ 2023, a taxa Selic em 2% ao ano, como exemplo, levou os juros médios dos financiamentos a perdurar de forma relativamente baixa (próxima de 7% ao ano) por mais tempo, chegando aos 6,6% ao ano, em maio de 2021 – vindo de 7,4% ao ano, de janeiro de 2020.

Como resultado, houve, portanto, um aumento relevante na demanda por imóveis em 2021 e, consequentemente, aumento nos preços. O crescimento anual de preços de venda partiu de 0% em 2019 para 3,7% em 2020, aponta o anuário. Em 2021, o valor foi de 5,3% e saltou para 6,2% em 2022.

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Imagem: 89stocker / Shutterstock.com

O que eleva os preços?

Os valores dos imóveis seguem algumas lógicas como a demanda crescente. Ou seja, se a economia vai bem e o financiamento imobiliário fica acessível, os imóveis podem subir de preços. Esse ponto traz consigo outro: se há mais pessoas buscando imóveis e não há uma oferta adequada, os preços sobem.

Também podem elevar os preços alguma valorização específica, como o calçamento de uma rua, começo de obras de um metrô ou construção de um supermercado ou shopping na região do imóvel.

Não se deve desconsiderar também uma possível política governamental. No Brasil, o governo está relançando o Minha Casa Minha Vida e, em São Paulo, há o programa Pode Entrar.

Por fim, e não menos importante, pode ocorrer uma inflação de custos, nos produtos para construção, como cimento, ou de mão de obra, no caso os pedreiros e os mestres de obra.

Preços vão cair ou subir?

Como destaca o anuário DataZap, o mercado imobiliário opera em ciclos longos. Por isso, a alta dos preços de 2021 ainda teve impacto nos aumento registrados ao longo de 2022. Com o cenário atual de juros elevados e preços maiores, porém, já se notou uma desaceleração na procura, aponta o levantamento.

Porém, se por um lado o aumento dos preços em decorrência do aquecimento do mercado tende a desacelerar, o anuário destaca que há pressão no custo de novas habitações, medido pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e pela inflação, demonstrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O INCC, elaborado pela FGV, busca monitorar a evolução dos preços de materiais, serviços e mão-de-obra destinados à construção de residências. 

O INCC-M publicado em maio observou uma alta acumulada de 1,34% no ano e de 6,32% em 12 meses. Em maio de 2022, o índice havia subido 1,49% no mês e acumulava alta de 11,20% em 12 meses.

A conclusão do anuário do DataZap indica que a junção desses fatores (desaceleração do aumento dos preços de imóveis, mais a pressão da inflação e dos custo de construção), deve levar a uma “branda desaceleração dos preços”.

“Caso o ciclo de cortes da Selic se inicie ainda no começo do 2º semestre poderemos observar até leve aceleração em relação a 2022”, conclui o estudo.

O momento é bom para comprar um imóvel?

Tentando resumir tudo, a tendência é de que se comece um bom ciclo para compra de imóveis, ao longo do segundo semestre de 2023.

Mesmo que demorem, os juros básicos da economia estão a caminho da queda. Com juros menores, as linhas de créditos oferecidas por bancos, como os financiamentos imobiliários, ficam mais baratas.

Por fim, os preços dos imóveis devem sofrer uma menor pressão de valorização. Tudo isso somado aos programas dos governo, pode ajudar na melhora do setor.

Claro, solavancos na economia podem surgir, mas caso você tenha em mente comprar um imóvel, alguns passos anteriores podem ser dados.

Entre eles, a pesquisa de preços e a consulta de profissionais do ramo, como correspondentes bancários, que auxiliam em todo trâmite burocrático para o financiamento imobiliário.

Assim, quando a oportunidade surgir, você estará pronto para não deixar esse grande passo de sua vida passar!

Imagem: Andrey_Popov / shutterstock