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Open Banking vai exigir dos bancos mais flexibilidade para troca de informações

O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em tecnologia bancária. De acordo com uma pesquisa recente da Febraban, as grandes instituições financeiras investiram R$ 8,6 bilhões em tecnologia em 2019, um aumento de 48% em relação a 2018. Nesse contexto, a chegada do Open Banking sem dúvida vai mudar muita coisa, como você pode conferir no texto a seguir.

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Com a regulamentação do Open Banking, cujo início da primeira fase está previsto para 30 de novembro deste ano, de acordo com resolução do Banco Central publicada em maio, e também com o início do funcionamento do PIX, no último dia 16, os bancos precisarão correr para adequar sua estrutura de forma a permitir o compartilhamento (seguro) dos dados com outras instituições.

Tal medida deve impactar de forma mais agressiva o orçamento e a migração das operações bancárias para o formato digital. Se por um lado, boa parte delas aceita e concorda com essa transferência, por outro ainda há aqueles que resistem a tornar abertas informações valiosas de seus clientes, até então protegidas pelo acesso da concorrência.

Fato é que, em maior ou menor grau de dificuldade, todas as instituições precisarão estar em conformidade com as novas regras. Mas, a partir daí, quais serão as adaptações? A competitividade, que já vinha se tornando mais acirrada, com o advento das fintechs e dos bancos digitais, agora deve se tornar mais forte também entre os grandes bancos já estabelecidos.

Open Banking vai trazer mais transparência

O Open Banking vai trazer, sobretudo, maior transparência e poder de escolha para o usuário, já que, de posse do histórico do cliente, qualquer instituição pode propor uma oferta e, por sua vez, o consumidor terá, nas suas mãos, mais de uma alternativa para então decidir pela que melhor se encaixa em suas condições.

E os benefícios para o usuário não se restringem a um melhor poder de negociação de eventuais contratos pendentes, mas na transição ou contratação de novos serviços. Se agora não é incomum enfrentar longas filas para abrir uma simples conta poupança, em breve esse e outros tipos de serviço, como liberação de empréstimos, não serão mais oferecidos nas agências físicas, até por uma questão de segurança.

Se para os bancos que já nasceram digitais, como o next e o Nubank, isso não é nenhuma novidade e seus clientes já estão inclusive habituados com processos virtuais, para os grandes e veteranos, como Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil, essa realidade pode provocar uma debandada das agências físicas, o que, aliás, já vem acontecendo em grandes proporções por todo o país.

Queda no número de agências físicas

Boa parte dos bancos privados mantém suas agências físicas para serviços que já são possíveis de realizar à distância, como pagamento de contas e saques em espécie. Atendimentos personalizados compõem apenas uma pequena fração das demandas das agências.

Deste modo, com a queda na arrecadação e muitos clientes da classe C agora mais seguros para realizarem suas operações de maneira digital, algumas agências vêm se tornando obsoletas, principalmente em grandes centros urbanos, onde há grande redundância em curtas distâncias.

Mas tal fenômeno não se deve somente ao Open Banking. Segundo aponta o estudo sobre tecnologia bancária da Febraban, de 2014 a 2018 a redução do número de agências físicas foi de 6%. Em contrapartida, o número de contas abertas por meio de celular aumentou 56% somente em 2018, índice que deve continuar crescendo.

Tendo em vista as expectativas do setor para a diminuição de serviços físicos, automatizar serviços como abertura de novas contas, liberação de empréstimo, recebimento e análise de documentos e imagens, não é mais um custo desnecessário, mas sim uma exigência em face da alta competitividade e flexibilidade da indústria financeira.

Contratos Digitais

Boa parte dos serviços financeiros, em especial os de crédito pessoal, teve maior procura este ano. É o caso do consignado, que apenas entre janeiro e março de 2020 experimentou um crescimento de 20% em relação ao mesmo período de 2019, conforme aponta um estudo da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Em parte, devido às taxas de juros reduzidas para essa modalidade, propostas pelo governo em resposta aos impactos causados pela pandemia.

Outra novidade para tentar facilitar as formalizações e concessões desse tipo de empréstimo é a possibilidade de as instituições financeiras adotarem contratos digitais.

A grande vantagem desse tipo de assinatura, além da comodidade ao usuário, é a conformidade com as práticas de segurança estabelecidas pela LGPD e também às regras internas dos bancos.

Nesse processo, todas as imagens ficam armazenadas em local seguro com redundância em ambiente externo, em caso de sinistro. Tal operação poderia ser feita tanto nas próprias dependências da instituição, como nos centros de imagem qualificados que abrigam toda a mão de obra e equipamentos necessários para a realização dos processos.

As soluções de digitalização de documentos integram tecnologias como o OCR (Optical Character Recognition) ou Reconhecimento Óptico de caracteres, que convertem informações contidas em imagens, como RG e Carteira de Habilitação, em dados estruturados e passíveis de consultas futuras.

Essa evolução torna os bancos mais próximos dos clientes, apesar da distância física. Ou seja, o PIX e Open Banking não devem provocar o fim das agências, mas estas terão que se reinventar conforme surgem novos serviços e uma maior procura dos tradicionais.

Aqueles que conseguirem diminuir a burocracia ao mesmo tempo em que mantêm a qualidade e agilidade no atendimento, são os que permanecerão no mercado, tanto de forma presencial como digital.

Autor: Marcelo Carreira, Diretor de Marketing da Access.

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Imagem: Wright Studio / Shutterstock