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O que é o Pix: Guia completo, como funciona e muito mais

Na última segunda-feira (16) o Pix começou a funcionar no Brasil. O novo sistema de pagamentos instantâneos tem tudo para revolucionar a forma como compramos, vendemos e pagamos por produtos e serviços. Aqui vamos fazer uma abordagem completa sobre tudo que você precisa saber sobre o Pix.

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O que é Pix?

O Pix é o novo jeito de pagar. O sistema de pagamentos foi anunciado pelo Banco Central em fevereiro. Em outubro, as instituições financeiras brasileiras começaram a cadastrar as chaves dos clientes, e agora em novembro, o sistema entrou em funcionamento.

A grande vantagem do Pix é que ele vai simplificar as transações financeiras, as tornando praticamente instantâneas. Praticamente porque o Pix pode demorar até 10 segundos para completar uma transação.

Além disso, será possível pagar com o Pix em qualquer hora do dia e em qualquer dia da semana, incluindo feriados e finais de semana. Por isso, a grande tendência é que o PIX deixe praticamente em desuso os outros meios de pagamento, como TED, DOC e boleto.

É possível pagar muitas coisas com o Pix, desde simples transferências entre amigos até o pagamento de boletos e de impostos. E o melhor de tudo é que para pessoas físicas (CPF), o Pix será gratuito, diferente muitas vezes dos outros métodos tradicionais, como quando você envia uma TED do seu banco para um outro banco e paga uma taxa por isso.

Vantagens do Pix sobre o TED, DOC e boleto

Vantagens do PIX
Vantagens do Pix sobre o TED, DOC e boleto – Imagem 2: Divina Epiphania/shutterstock.com

Embora a grande tendência seja que o TED e DOC entrem em desuso por causa dessa nova maneira de fazer uma transação bancária, as transferências tradicionais não deixarão de existir, e você ainda poderá usá-las se quiser.

O que é o TED e o DOC e como funciona?

As transferência de valores entre contas podiam ocorrer até então através do Documento de Ordem de Crédito (DOC), para transferências de até R$ 4.999,99, aonde o valor entrava na conta no dia seguinte, desde que depositado até as 22h, e a Transferência Eletrônica Disponível (TED), aonde o valor entrava na conta até as 17h do mesmo dia, e permite valores maiores do que R$ 5 mil.

Ambas as modalidades de pagamento funcionam somente em dias úteis e são passíveis de taxas pelo banco, ou seja, o banco pode cobrar de você um valor, como no caso de TED para outro banco.

Boleto de pagamento

Além do TED e do DOC, outros métodos de pagamento que podem serem impactados com a chegada do Pix é o boleto bancário, e o pagamento no crédito ou débito.

O boleto bancário, além de poder ter um custo para emissão que quem emite paga, é demorado para receber. Acontece de o recebedor ter que esperar até 3 dias úteis para ter o dinheiro na conta.

Crédito e débito

As modalidades de pagamento no crédito e débito são boas, pois permitem transações de valores em tempo real. Entretanto, para fazê-las, é necessário estar com o cartão do banco na forma física ou com o número e dados do cartão na forma online.

Além disso, quem recebe precisa ter uma maquininha de cartão ou um sistema de pagamentos online para poder aceitar a forma de pagamento. Por fim, o recebedor muitas vezes tem que pagar taxas pela transação, o que acaba encarecendo o produto ou serviço.

No que o Pix é mais vantajoso?

1. É grátis

Sim, o Pix não terá nenhum custo para pessoas físicas. Especialmente no caso da TED, as vezes um cliente precisa desembolsar até mais de R$ 20 para fazer uma transação. Um dinheiro que não tem nenhuma finalidade a não ser encher ainda mais o cofre do banco.

  • Observação: O Pix sempre será gratuito para pessoas físicas. Entretanto, é possível ter que pagar pelo uso em algumas situações, como pagamento de forma física e não digital, ou no caso de pessoas jurídicas.

Veja: 2 situações que o cidadão PF ou MEI terá que pagar pelo PIX.

2. É rápido

Outra vantagem importante é que o Pix é praticamente instantâneo, como já falamos anteriormente. Ao contrário de uma TED ou a transferência de valores por boleto, que pode demorar até 2 ou 3 dias úteis para ser concluída.

3. Funciona sempre

Diferentemente dos outros meios, que você tem dias e horários úteis, o Pix está sempre disponível, seja no final de semana, feriado ou durante a madrugada. Ele não tem dia nem hora para deixar de funcionar.

4. Não precisa de maquininha, leitor de código de barras ou cartão

Diferentemente do cartão de débito ou crédito, um pagamento pelo Pix não demanda o uso de uma maquininha, leitor de código de barras ou uma plataforma específica para cartões. Além disso, o usuário não precisa andar com um cartão físico ou inserir os dígitos do seu cartão para fazer uma transação. Isso porque a transação ocorre toda pelo celular do pagador e do recebedor.

5. Simplicidade

O Pix traz muita simplicidade na hora de fazer uma transação, pois com ele você não precisa informar seu nome completo, CPF, agência e número da conta toda vez que for receber uma transferência. No Pix, você apenas precisa informar uma chave cadastrada.

6. Não precisa instalar mais um aplicativo

Não é necessário instalar nenhum aplicativo do Pix para usar o sistema de pagamentos no seu smartphone. O próprio aplicativo do seu banco ou carteira digital fornece a ferramenta do Pix para uso. Dessa forma, basta clicar no ícone do Pix para acessar o sistema.

7. Controle das operações

Seja você um empresário ou uma pessoa física, o Pix permite um maior controle das suas operações financeiras. Para as empresas especialmente, o Pix permite um maior controle do fluxo de caixa e do recolhimento de impostos, pois tudo está registrado. Já para as pessoas físicas, a vantagem é poder facilmente acessar todas as transações feitas em suas contas.

8. É seguro

Vamos falar mais sobre a segurança do Pix abaixo, entretanto, só para lembrar que ele é tão seguro quanto essas transações tradicionais, mesmo sendo mais rápido e gratuito.

Como funciona o Pix

Como funciona o Pix
Como funciona o Pix – Imagem 3: adrianosiker.com/shutterstock.com

O Pix é o sistema de pagamento em tempo real, que funciona em qualquer hora do dia e qualquer dia semana ou do mês. Não há limite de valores para fazer transações no Pix, ou seja, qualquer valor vai dar certo.

Para usar, é necessário que tanto o pagador tenha dinheiro na conta e seja uma pessoa física para poder usufruir gratuitamente.

Além disso, é necessário que tanto o pagador quando o receptor dos valores tenham uma conta em um banco, instituição de pagamento ou fintech. Essa conta não precisa necessariamente ser uma conta corrente. Pode ser uma poupança ou uma carteira digital.

As transações pelo Pix podem ocorrer:

  • Entre pessoas físicas;
  • De uma pessoa física para uma pessoa jurídica;
  • Entre duas pessoas jurídicas;
  • Para entes governamentais, no caso de impostos e taxas.

Posso pagar no Pix com crédito?

Infelizmente, ainda não. Como o Pix é um sistema de pagamentos instantâneo, ele só funciona se você tiver dinheiro na sua conta, não sendo permitido pagamento no crédito ou parcelamentos.

Entretanto, em breve o Pix terá opções de parcelamento no crédito e saque em estabelecimentos, de acordo com o que disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Vai funcionar da seguinte maneira: O pagamento será agendamento para uma pessoa ou instituição. Essa modalidade que se chamará “Pix Garantido” será um Pix irrevogável que terá que vir embutido 1 produto de crédito, assim como é feito com o cartão de crédito. O Banco Central também estuda as formas de possibilitar parcelamento com o Pix.

Como fazer uma transação com o Pix?

transação com o Pix
Como fazer uma transação com o Pix? – Imagem 4: Brastock/shutterstock.com

De acordo com o Banco Central, as transações pelo Pix podem ser feitas de três maneiras:

1. Chave do Pix

Você informa uma chave da sua conta, como o número de celular, e-mail, CPF ou CNPJ;

2. Dados bancários do receptor

Quem vai receber o pagamento deve informar ao pagador o seu nome completo, CPF, número da instituição, agência e conta;

3. QR Code

A terceira modalidade de uso do Pix é através da geração de um QR Code. Para usar esta modalidade, o receptor do valor apresentará deve gerar um QR Code, para ser escaneado no smartphone do pagador.

Há dois tipos de QR Code:

  • QR Code estático: Funciona em múltiplas transações e permite um valor definido por qem vai receber, perfeito no caso de uma transferências entre duas pessoas.
  • QR Code dinâmico: Com foco no pagamento de produtos ou serviços à estabelecimentos comerciais, ele pode apresentar informações diferentes a cada transação, permitindo a inclusão de informações adicionais

O que são as chaves do Pix?

De acordo com o Banco Central, as chaves do Pix são “‘apelidos’ utilizados para identificar a sua conta”. De maneira mais simples, é uma espécie de endereço da sua conta. É possível usar como chave do Pix o número de CPF ou CNPJ, e-mail, número de telefone celular ou uma chave aleatória.

Uma pessoa física pode fazer o registro de até cinco chaves do Pix em sua conta; Já as pessoas jurídicas (empresas) podem cadastrar até 20 chaves por conta.

Porém, é importante frisar que não é possível adicionar uma mesma chave em mais de uma conta. Isso quer dizer que se você adicionou uma chave Pix com seu CPF em uma conta, não poderá usar seu CPF em outra conta. Ao tentar fazer isso, você irá fazer uma portabilidade de chaves, mudando o vínculo do seu CPF para a outra instituição.

A chave do Pix torna desnecessário você ter que informar seu banco, CPF, nome completo, número da agência e da conta para quem vai pagar você.  O registro de uma chave não é obrigatório para usar o Pix, mas facilita muito suas transações, então, vale a pena.

O que é a chave aleatória?

A chave aleatória é um jeito de receber um Pix sem ter que cadastrar o CPF, e-mail ou telefone, e nem precisar passar seus dados pessoais a quem vai fazer o pagamento.

A chave aleatória nada mais é do que um conjunto de números, letras e símbolos que identificam a sua conta. Você pode cadastrar uma única chave aleatória e usá-la sempre, ou gerar uma sempre que for receber um pagamento, sendo necessário apagar a chave aleatória depois do uso para cadastrar uma novo no próximo uso.

Como cadastrar uma chave Pix

O processo de cadastro de uma chave Pix funciona de maneira similar nas diversas instituições financeiras, mas resumidamente, os passos a serem seguidos são:

  1. Abra o aplicativo do banco/fintech para o qual deseja levar a chave.
  2. Vá até a opção do Pix (que geralmente possui um ícone da tela inicial do aplicativo).
  3. Escolha a opção de cadastrar uma nova chave Pix.
  4. Selecione a chave que deseja trazer para essa conta, e preencha as informações que serão solicitadas.

Como excluir a chave Pix

Cada instituição financeira tem o seu próprio método, mas em suma, a exclusão de uma chave Pix funciona conforme descrito nos passos abaixo.

  1. Acesse o aplicativo do banco/fintech, no qual tem a chave que será excluída.
  2. Dentro do aplicativo, encontre a opção do Pix (a qual costuma ter um atalho na tela inicial, ou na aba de configurações).
  3. Visualize a chave Pix cadastra a ser excluída.
  4. Toque no botão do menu ao lado da chave, ou escolha a opção “selecionar”.
  5. Selecione a chave a ser excluída.
  6. Encontre a opção “excluir” ou o ícone de uma lixeira.
  7. Provavelmente, o aplicativo irá solicitar a sua senha, para confirmar a exclusão.
  8. Pronto! A chave está excluída! 

E o que acontece com a chave excluída?

Toda e qualquer chave é cadastradas no DICT (Diretório de Identificadores de Contas Transacionais) do Branco Central. Quando uma chave Pix é excluída, ela perde o registro nesse banco de dados e o vínculo com a instituição bancária. Dessa maneira, você pode cadastrar a chave em qualquer outra instituição financeira.

Como fazer a portabilidade de uma chave Pix

Para mudar a chave Pix de um banco para outro, você precisará primeiramente cadastrar a chave no banco que deseja para onde ela vá, e depois fazer a portabilidade no banco aonde está chave estava, como descrevemos nos passos abaixo: 

  1. Abra o aplicativo do banco/fintech para o qual deseja levar a chave.
  2. Vá até a opção do Pix (que geralmente possui um ícone da tela inicial do aplicativo).
  3. Escolha a opção de cadastrar uma nova chave Pix.
  4. Selecione a chave que deseja trazer para essa conta, e preencha as informações que serão solicitadas.
  5. Abra o aplicativo do outro banco (no qual a chave está cadastrada).
  6. Toque na opção de portabilidade que irá aparecer.
  7. Confirme a portabilidade.
  8. Pronto! Agora a portabilidade foi realizada!

Atenção: Antes de mais nada, lembre-se que a portabilidade pode demorar até sete dias úteis para ser realizada, de acordo com o prazo estipulado pelo Banco Central.

Caso você tenha se arrependido de fazer a portabilidade, ou deseje alterar essa mesma chave para o banco anterior ou um novo banco, basta realizar o procedimento de portabilidade novamente, que o processo anterior será automaticamente anulado.

Qual chave Pix é mais segura?

Afinal, existe uma chave Pix mais segura do que a outra? Sim, existe! E qual a chave mais segura que você pode cadastrar?

Sabemos que é possível cadastrar a chave Pix o seu CPF/CNPJ, número de telefone celular, e-mail ou qualquer outra chave aleatória. Mas o que muitos não sabem é que é unânime entre os especialistas, que a chave Pix mais segura é o CPF. 

Isso porque o CPF é atualmente a chave Pix mais valiosa e segura por ser um documento pessoal e intransferível. Ou seja, ele não vai mudar, enquanto que o e-mail e o número de celular você pode mudar. 

Além disso, não se esqueça que e-mails e números de celular podem sofrer algum ataque cibernético – alguém pode desativar o seu número e ativá-lo em outro chip, ou ainda, hackear seu e-mail. E quanto à chave aleatória, você pode esquecê-la.

O Pix é seguro?

Essa é uma pergunta que muita gente se faz, e que deixa uma galera com a pulga atrás da orelha. Afinal, será que esse tal de Pix é realmente seguro? Bem, antes de mais nada é importante lembrar que o Pix foi desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, responsável por assegurar todas as transações financeiras bancárias.

Ademais, para elaborar as regras do sistema de pagamentos Pix, o Banco Central implementou um comitê consultivo permanente, o Fórum Pix. Além de estabelecer as regras, esse fórum também é responsável por aprimorar de forma técnica e operacional o Pix.

Bancos também são responsáveis pela segurança

Assim como acontece atualmente no caso de TED, DOC, pagamentos no crédito e débito, as próprias instituições financeiras podem criar regras extras de proteção dos seus clientes. O valor das transações não tem um limite estabelecido pelo Banco Central, mas o seu banco pode estipular um valor seguro.

Mas quanto a segurança garantida pelo Banco Central, cabe ressaltar que a instituição é a maior autoridade econômica do país, e elaborou o sistema criteriosamente.

Sobre os dados pessoais dos usuários, o Banco Central diz que todos eles seguem sendo protegidos pelo sigilo bancário, conforme Lei Complementar nº 105, além da Lei Geral de Proteção de Dados, que em breve deve entrar em vigor.

Golpes com o Pix

Infelizmente, o Pix mal chegou e já tem golpista se aproveitando dele. De acordo com um levantamento da empresa de segurança digital Kaspersky, há dezenas de sites falsos que utilizam técnicas de phishing para roubar informações e dados pessoais.

Um link malicioso chega para a vítima por SMS, WhatsApp, e-mail ou pelas redes sociais. Então os criminosos induzem o usuário a preencher informações em um cadastro falso, oferecendo promoções falsas para coleta de dados ou mesmo instalando um malware no celular ou computador, violando as barreiras de segurança.

Confira abaixo algumas dicas de como se proteger com os golpes do Pix:

  • Primeiramente, lembre-se de que os bancos nunca pedem dados do cliente, como senhas e código de segurança do cartão, fora da área logada (internet banking). Desconfie de mensagens, ligações telefônicas e e-mails com essa solicitação.
  • Nunca clique em links antes de fazer uma boa checagem da mensagem;
  • Tenha cuidado extra com links encurtados, verifique os outros itens da mensagem com ainda mais cuidado;
  • Não compartilhe código de verificação, como do WhatsApp, recebido por e-mail ou SMS;
  • Preste atenção no número que enviou o SMS – números desconhecidos podem significar golpe;
  • Cheque sempre o remetente do e-mail para verificar se é um endereço válido de seu banco;
  • Nas redes sociais, veja se a conta da instituição financeira é verificada;
  • Por fim, desconfie de promoções muito generosas.

PIX CHEGOU, e agora? Com Bruno Diniz, autor do Best Seller O Fenômeno Fintech

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