Presidente do Itaú diz que bancos digitais podem causar ‘risco sistêmico’
Presidente do Itaú comentou sobre os neobancos e fintechs durante o evento organizado pelo Itaú BBA em São Paulo.
Nesta quinta-feira (08), Milton Maluhy, atual presidente do Itaú, defendeu que as fintechs e neobancos precisam ter a regulação de capital proporcional aos seus tamanhos ou poderão trazer um risco sistêmico para o mercado financeiro.
A declaração foi feita em um painel da Macrovision, em São Paulo, durante o evento promovido pelo Itaú BBA.
Risco sistêmico
A defesa da regulação de capital conforme o tamanho dos bancos, segundo Maluhy, se faz necessária porque determinados bancos já não são mais pequenos, como são conhecidos os neobancos e as fintechs. Não aplicar esse tipo de critério pode trazer um risco sistêmico aos demais bancos.
Isso porque, com base nas regras antigas, esses tipos de instituições financeiras necessitavam de um terço do capital dos bancos tradicionais para oferecer a mesma quantidade de crédito.
Esse cenário mudou com as regras implementadas pelo Banco Central nos últimos anos, o que possibilitou a entrada de novos nomes do setor e estimulou a competição entre os bancos.
Maluhy ainda destacou que o Itáu, enquanto o maior banco nacional, alcançou sua grandeza justamente por ter tido forte concorrência no passado.
Neobancos e fintechs
Os neobancos são as instituições financeiras alternativas aos bancos tradicionais. As instituições fazem uso intenso de tecnologias para oferecer seus serviços aos clientes e funcionam totalmente no universo digital. Sendo assim, as instituições não possuem agência física.
Por oferecer opções totalmente digitais, os neobancos conseguem reduzir os custos de determinadas questões operacionais. Este tipo de instituição costuma trabalhar com a facilidade de acesso e linguagem simples, o que permite a resolução de questões de forma muito rápida. Um exemplo de neobanco no Brasil é o Inter.
As fintechs funcionam da mesma forma. Há quem use os termos como sinônimos. Fintechs também oferecem operações financeiras com base em tecnologias e ambiente 100% digital. No Brasil, o Nubank é um exemplo de fintech.
Imagem: SERGIO V S RANGEL / shutterstock.com
